Porsche retoma desenvolvimento de motores a combustão e prevê prejuízo

A Porsche anunciou que os custos associados à expansão de seu portfólio, incluindo novos motores a combustão e modelos híbridos plug-in, afetarão sua lucratividade em 2025.

A montadora estima um impacto negativo de € 800 milhões (US$ 831 milhões) devido à reformulação de sua linha, o que reduzirá sua margem de lucro para uma faixa entre 10% e 12% neste ano. A empresa é a mais recente fabricante de automóveis a reconsiderar os motores a combustão em meio à queda na demanda por veículos elétricos na Europa e à forte concorrência das marcas locais na China.

Em novembro, a Porsche já havia indicado que desenvolveria novas versões a combustão em toda a sua linha para atender às preferências dos clientes, diante da desaceleração nas vendas de carros elétricos. Os desafios dessa transição foram particularmente evidentes na China, onde as entregas da marca caíram 28% em 2024.

A crise também impactou a liderança da empresa. A Porsche pode demitir seu diretor financeiro, Lutz Meschke, e seu diretor de vendas, Detlev von Platen, após críticas ao fraco desempenho da companhia e à queda no valor de suas ações.

A montadora informou que espera encerrar 2024 com uma margem próxima ao limite inferior de sua previsão, em torno de 14%, abaixo da projeção inicial de 15% a 17%. A meta de longo prazo da empresa continua sendo atingir uma margem de 20%.

Entre os investimentos da Porsche estão a atualização das versões a combustão dos SUVs Cayenne e Macan, além do sedã Panamera, cujas novas gerações foram originalmente concebidas para serem exclusivamente elétricas. Além disso, o futuro grande SUV elétrico da marca, conhecido pelo codinome K1 e posicionado acima do Cayenne, poderá contar com uma versão equipada com motor a combustão.

Em outubro de 2024, a Porsche anunciou planos para cortar custos diante do enfraquecimento da economia global, do aumento da concorrência na China e da transição mais lenta para os veículos elétricos. Segundo relatos da imprensa alemã na época, a empresa poderá reduzir até 8.000 postos de trabalho por meio de um programa de demissões voluntárias.

As ações da Porsche caíram 27% no último ano e seguem em baixa desde sua oferta pública inicial (IPO) em 2022. A capitalização de mercado da empresa já perdeu metade do valor desde sua máxima de € 109,5 bilhões registrada em maio de 2023.



Informações [Autonews]