Empresa americana revela segredos da competitividade dos carros chineses

O presidente da Caresoft Global Technologies, Terry Woychowski, apresentou, na sede da empresa em Livonia, Michigan, como as montadoras chinesas reduziram custos e aumentaram a competitividade de seus carros.

A Caresoft funciona como um centro de análise automotiva, onde engenheiros desmontam peças de carroceria, sistemas elétricos e outros componentes para inspeções detalhadas. A companhia auxilia montadoras, fornecedores e gestores de engenharia a identificar deficiências em relação à concorrência.

Segundo os executivos da Caresoft Global Technologies, que desmontam, analisam e avaliam os custos de produção de veículos chineses, a General Motors, Ford Motor Co. e Stellantis enfrentam uma competição desafiadora.

A velocidade com que a indústria chinesa adota novas tecnologias, melhora a qualidade, reduz custos e lança veículos elétricos tem deixado montadoras tradicionais para trás. O CEO da Ford, Jim Farley, destacou em uma conferência financeira em 11 de fevereiro que a principal diferença dos fabricantes chineses é a rapidez com que operam.

Os engenheiros da Caresoft apontam que, embora as montadoras de Detroit tenham reduzido custos em alguns aspectos, ainda operam com processos menos eficientes que os chineses. Um exemplo prático é o uso de ímãs para fixar o forro do teto em um veículo de uma montadora americana, ao custo de US$ 1 por unidade. Em contrapartida, uma fabricante chinesa utiliza elementos adesivas, a um custo de apenas um centavo.

Outra diferença é encontrada na estrutura do painel de instrumentos. Enquanto veículos elétricos chineses ou modelos da Tesla utilizam plástico ou metais finos, montadoras tradicionais mantêm suportes de alumínio espesso, herança dos veículos a combustão, o que encarece a produção.

O ritmo de negociação também é distinto. Enquanto fabricantes alemães demoram meses para agendar reuniões e aprovar pedidos de compra, na China esses processos são resolvidos em questão de semanas.

Woychowski acredita que a indústria automotiva dos EUA pode enfrentar esse desafio, desde que adote estratégias mais eficientes, como maior padronização de componentes entre montadoras. Ele compara a situação ao esforço industrial americano durante a Segunda Guerra Mundial, quando o governo e as indústrias colaboraram para impulsionar a produção.

Para competir com os chineses, ele defende que as montadoras tradicionais aprendam com novas abordagens, como as da Tesla e startups do setor, abandonando processos ultrapassados e adotando mudanças necessárias para acompanhar a evolução do mercado.

Fonte: [Auto News]