ANFAVEA suspeita que BYD e GWM praticam preços abaixo do custo e pede investigação

As montadoras tradicionais instaladas no Brasil, reunidas na ANFAVEA, se preparam para apresentar, nos próximos dias, uma petição ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) solicitando a abertura de investigação antidumping contra fabricantes chineses, conforme reportagem do Jornal "O Estado de São Paulo".

O foco principal da ação recai sobre veículos elétricos e híbridos, cuja comercialização por empresas como BYD e GWM tem crescido significativamente. Em 2024, ambas as marcas foram responsáveis por 60% dos veículos eletrificados importados, consolidando uma participação de mercado que, segundo a Anfavea, ameaça a sustentabilidade da produção local.



A prática de dumping, caracterizada pela venda de produtos a preços inferiores ao custo de produção com o objetivo de conquistar mercado, é alvo de intensa análise. A Anfavea alega que a chegada maciça de veículos importados, muitas vezes a preços reduzidos, prejudica o setor nacional, colocando em risco empregos e investimentos em tecnologia. Dados apontam que a participação da China nas exportações para o Brasil dobrou entre 2023 e 2024, saltando de 12% para 26%.

As fabricantes chinesas, no entanto, negam qualquer irregularidade. A BYD, por exemplo, destaca seus investimentos no Brasil, incluindo a construção de um grande complexo industrial em Camaçari (BA), enquanto a GWM mantém que suas operações seguem rigorosamente as normas brasileiras e internacionais.

A iniciativa brasileira ocorre em paralelo a medidas semelhantes adotadas pela União Europeia, que, em 2023, implementou tarifas adicionais sobre veículos chineses após investigações de dumping. Especialistas veem a estratégia como um esforço para equilibrar o mercado e proteger as economias locais.

Fonte: O Estado de São Paulo