A Kia Motors do Brasil promoveu um teste do modelo 100% elétrico EV-6 na América do Sul, rodando no total 4.365 km.
Kia EV6 elétrico - Brasil
A etapa inicial, de 2000 km, foi feita de Itu a Montevidéu. Posteriormente o modelo rodou 400 km de até Punta Del Este. Por fim, o voltou de Montevidéu a Itu.
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O teste do Kia EV6, 100% elétrico, com autonomia plena de 530 km, surpreendeu, mas durante o teste da Kia observou-se que a infraestrutura elétrica ainda requer mais atenção e mais pontos de recarregamento, em especial no Brasil.
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Segundo a Kia, o planejamento da viagem teve início dois meses antes, em janeiro de 2022, cuja tarefa mais árdua foi checar os pontos de carregamento em território brasileiro, especificamente nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. De Chuí, no extremo Sul do País, até Montevidéu, havia – e há – garantia de carregamento, já que o Uruguai possui a infraestrutura das Rotas Elétricas, com pontos de abastecimento entre 7quilowatts/h e 43 quilowatts/h, na média.
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Embora a autonomia do EV6 seja de 530 km, os organizadores da jornada entenderam por bem “trabalhar” com uma margem de segurança, ou seja, de 480 km. A diferença de 50 km ficaria por conta dos possíveis pontos de carregamento programados, mas inativos, fato que ocorreu na cidade de Pelotas, penúltima cidade brasileira antes da divisa Brasil-Uruguai, ou ainda, em caso de manutenção desses pontos ou até mesmo ocupados por longo período por outro usuário de carro elétrico.
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Para realizar a primeira parte da jornada – Itu-Montevidéu –, os jornalistas Cesar Urnhani (piloto de testes), Eduardo Passo (Quatro Rodas) e Vagner Aquino (Jornal do Carro) revezaram-se ao volante do EV6.

O primeiro trecho 756 km, de Itu a Florianópolis, foi feito em 13 horas, com três paradas para carregamento: posto Graal/Buenos Aires em Registro (SP), posto Túlio Caraguatá em Campina Grande do Sul (PR) e posto Sinuelo Sul em Araquari (SC). “Inicialmente o planejamento seria somente com duas paradas”, explica Márcio Alexandre, “uma no Graal Buenos Aires e outra no Sinuelo Sul. Mas optamos por uma parada intermediária em Campina Grande do Sul (PR) como ´prevenção´, já pensando em um suposto ´imprevisto´ na estação de carregamento do posto Sinuelo Sul e, com esse planejamento, poderíamos chegar até o hotel em Florianópolis”.

Em Registro, o carregamento ocorreu em pouco mais de uma hora, já que se tratava de uma estação de carregamento rápida da EDP; em Campina Grande do Sul, a estação de carregamento era do tipo “wall box”, muito lenta; e em Araquari, novamente carregamento rápido do eletroposto Celesc. A expedição chegou ao hotel Slaviero, em Florianópolis, por volta das 21h, onde o EV6 foi conectado a uma estação também lenta do tipo “wall box”.

A segunda etapa da viagem compreendeu Florianópolis a Porto Alegre, trecho com 454 km. O EV6 largou com autonomia de 514 km, suficiente para alcançar a capital gaúcha. No entanto, o engenheiro da Kia havia programado uma parada, de modo a chegar no Hotel Deville, onde também existe um ponto de carregamento, com maior autonomia possível, o que evitaria espera mais longa. Ainda assim, a expedição fez duas paradas: uma no Ipiranga Cabeçudas, em Laguna (SC), e outra no posto Petrosimon, em Maracajá (SC). Pura precaução.

O trecho percorrido até a segunda parada foi de 207 Km, onde encontramos uma estação de carga rápida do projeto Eletroposto Celesc. A ativação foi feita por meio do cartão da Celesc que se encontra no caixa da loja de conveniência do posto. Durante esta parada, observamos algo que é constantemente discutido em nossa avaliação técnica de consumo de energia; o trecho percorrido, no odômetro, foi de 207 km - saída de Florianópolis com 2.689 km e chegada no posto Petrosimon com 2.896 km), porém, ao calcular a autonomia, vimos que a diferença entre a saída de Florianópolis (autonomia 514 km e a chegada ao posto Petrosimon com autonomia de 294 km) mostrava uma diferença de 220 km. Ou seja, a maneira de condução do veículo tem total influência na autonomia do veículo”, destaca Márcio Alexandre.

De Porto Alegre a Pelotas, trecho de 263 km, não foram realizados recarregamentos. Após abastecer na estação do tipo “wall box”, de 11 quilowatts/h, no estacionamento do Hotel Deville, a expedição seguiu direto para o hotel Jacques Georges, em Pelotas, a penúltima cidade antes de cruzar a fronteira com o Uruguai, onde o EV6 pernoitou “conectado” a uma estação comum de 220 volts, de apenas 1 quilowatt/h. Na realidade, objetivava-se fazer o carregamento no estacionamento da Unimed Pelotas, inicialmente. Mas o ponto foi desativado, quando na verdade o mapeamento indicava como ativo.

O quarto trecho, de Pelotas ao Chuí, foi o mais desafiador. São 260 km de distância; a autonomia anotada no hotel Jacques Georges era de 239 km. A próxima parada foi no Paradouro Costa Doce, no Taim, a 142 km. Pouco antes do almoço, a expedição chegou no posto com apenas 69 km de autonomia, quando – em realidade – o correto era ter chegado com 97 km (239-142=97 km). “Acontece que a maneira de conduzir o veículo não altera a distância, mas pode alterar a autonomia e foi exatamente isso que ocorreu”, analisa Márcio Alexandre. “Se tivéssemos conduzido o veículo de maneira econômica, poderíamos ter um ganho na autonomia e menor tempo de recarga”, enaltece.

Por conta do carregador comum de 220 volts no Paradouro Costa Doce, o EV6 permaneceu naquele local das 11h30 às 19h, já na escuridão dos pampas. E ainda com apenas 118 Km de autonomia (e não com os 130 km), devido às fortes oscilações que estavam ocorrendo na rede de energia do posto.

Diante desse cenário, uma decisão foi tomada: o experiente piloto e expert em pneumáticos, Cesar Urnhani, sugeriu elevação da pressão dos pneus e adotar modo de condução do automóvel mais econômico, para vencer os 118 km restantes. Sucesso. Chuí brasileira e Chuy uruguaia foram alcançadas com êxito para, na sequência, ter mais um obstáculo.

Do Paradouro Costa Doce ao Posto ANCAP Chuy, já em território uruguaio, foram percorridos 120 km. O EV6 estacionou diante da estação de carregamento do ANCAP com 28 km de autonomia. Houve um ganho de 26 km somente com a maneira de dirigir. Nos trechos anteriores, o saldo de autonomia foi negativo, em razão do modo de condução, subidas, trânsito em alguns trechos... No trecho de 120 km, o saldo foi positivo.

Depois da tensão, alívio por ter chegado no Chuy uruguaio. Ainda mais aliviado por chegado no ANCAP. Agora diante de uma estação de recarga da UTE (companhia de energia do Uruguai) e uma grande surpresa: a estação não tinha o cabo de conexão com o veículo! Isso mesmo. Não houve explicações sensatas, mas o escritório regional da UTE em Chuy retira o cabo de conexão durante o período noturno. O fato é que a equipe teve de pernoitar em Chuí/Brasil. No dia seguinte, decidiu-se que não havia necessidade de sete integrantes da expedição permanecerem naquela cidade. Assim, jornalistas e assessor de imprensa seguiram viagem com o veículo de apoio, a Carnival, enquanto o engenheiro, fotógrafo e o videomaker ficaram na cidade-fronteira para o reabastecimento, o que ocorreu somente no período da tarde, por mais de três horas e meia, para chegar à autonomia de 340 km e vencer a distância de 327 km.

Em Montevidéu, o EV6 foi direto para o posto de abastecimento da ANCAP para carregamento total, já que, no dia seguinte, os jornalistas brasileiros dedicaram-se a fazer “passagens” para seus vídeos e sessões de fotos. Fim da primeira etapa. Em paralelo, a Kia Uruguay, empresa pertencente ao Grupo Gandini, providenciava a aquisição de um cabo de conexão, em caso de – em território uruguaio – haver necessidade e também no retorno do EV6 a Itu.

Jornalistas uruguaios – O projeto “Kia EV6 Experience” contemplou também uma sessão de test-drive com os jornalistas uruguaios Maximiliano Alegre (Exóticos UY) e Nicolas Scheck (Autoblog Uruguay), em percurso aproximado de 400 km, entre Montevidéu e Punta Del Este, passando por trechos de serra da cidade de Minas e litorâneo de Punta Ballena.
Kia EV6 elétrico - Brasil
Com autonomia de 530 km, o EV6 poderia ter feito o percurso ida e volta sem carregamento adicional. Mas próximo a Punta Ballena, durante o almoço, o SUV estilo crossover foi recarregado por 1h20, chegando à autonomia de 526 km para vencer o percurso de volta. Essa etapa da viagem foi aproveitada também para as tomadas de imagens para o vídeo do produto EV6.
Kia EV6 elétrico - Brasil
De volta para casa – Ainda na noite de quarta-feira, 23 de março, o engenheiro Márcio Alexandre providenciou a recarga completa do EV6 na estação do Parque Rodó, em Montevidéu, para – no dia seguinte – iniciar a viagem de retorno ao Brasil, passando novamente por Chuí, Pelotas, Porto Alegre, Florianópolis e, finalmente, alcançar a cidade de Itu, onde fica a sede da Kia Brasil. Saída de Montevidéu com autonomia de 526 km.

Agora, sem os jornalistas brasileiros, a equipe cuidou de fazer tomadas de imagens. Na ida, fotógrafo e videomaker já haviam anotado os principais pontos de gravação. Fortaleza de Santa Teresa, ainda no Uruguai, foi a primeira parada. De Montevidéu ao Chuy são 328 km, trecho em que foi feito um carregamento, no posto ANCAP da Ruta 9, no município de Rocha. Na realidade, nesse trecho estava planejada apenas o carregamento em Chuy. No entanto, além da pausa para o descanso, o ANCAP de Rocha disponibilizava uma estação de recarga rápida da UTE e, assim, aproveitou-se para diminuir o tempo de recarga em Chuy, onde – agora – foi utilizado o cabo adquirido em Montevidéu.

A equipe chegou em Chuy às 14h e deixou a cidade às 17h20, rumo a Pelotas. Por inexistência de posto de abastecimento rápido na cidade e também porque havia reservas feitas nos próximos hotéis de retorno, no trecho de Pelotas a Porto Alegre, o EV6 foi de caminhão-plataforma. E a equipe foi de Carnival.

O restante a viagem de volta transcorreu sem quaisquer incidentes. Todos os integrantes dessa expedição entenderam que o EV6, 100% elétrico, de elevada autonomia e alta tecnologia veicular, está pronto para a realidade de mobilidade sustentável que se aproxima, no Brasil e no mundo. No entanto, há que se debater sobre a infraestrutura de recarga de baterias. Diferente de viagens com automóveis a combustão interna, que contam com cerca de 40 mil postos de abastecimento, os veículos elétricos precisam ter postos o suficiente a cada 200 km e com maior número de pontos nessas estações.

Aplicativos utilizados: 
  • PlugShare, usado para localização, disponibilidade e capacidade em todo planeta. Não foi utilizado para ativação das estações de carga. 
  • EDP EV Charge, usado para ativação das estações por meio de um código estampado na estação de recarga (sem o aplicativo não permite a carga) e o carregamento foi gratuito. 
  • Eletroposto CELESC, usado para localização, disponibilidade e capacidade. A ativação, apesar da estação informar que seria via cartão ou aplicativo, não foi utilizado em nenhuma das nossas recargas a ativação via aplicativo, mas, em alguns pontos, foi necessário o uso do cartão que se encontrava com os frentistas dos postos e todos os carregamentos foram gratuitos. 
  • Zletric, usado para localização, disponibilidade e capacidade da estação de recarga. A ativação não foi necessária devido à estação de recarga estar localizada nas dependências do hotel e com carregamento gratuito. 
  • UTE & cartão de recarga (Uruguai), usado para ativação das estações de recarga, localização, capacidade e disponibilidade das estações de recarga no Uruguai. A recarga é cobrada e vem descontada na conta de energia (no nosso caso a conta foi para a Kia Uruguai – KMU).

Vídeo - EV6 Experience - Brasil



Fonte: Kia Motors do Brasil

2 Comentários

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  1. O que podemos tirar de conclusões dessa saga:
    1. Ter carro elétrico, hoje somente em cidades grandes e em viagens relativamente curtas (até 260km);
    2. Assim como existem em algumas empilhadeiras e alguns tipos de veículos, seria interessante ter um carregador de alta frequência bivolt instalado no veículo, com seu próprio cabo retrátil (pelo menos para emergência);
    3. Ter um cabo adicional num compartimento apropriado no veículo é altamente recomendável;
    4. Com a atual tecnologia, carro elétrico x viagens longas é FURADA;
    5. Sim ,para emissões zero, teremos sim de ter novas tecnologias alternativas (hidrogênio é de longe a mais viável);

    O caminho ainda é muito, muito longo e os políticos, acéfalos, malandros e cretinos que estão "forçando" a eletrificação a todo custo nunca pararam pra pensar em remotas regiões do mundo onde há combustível (fóssil ou biocombustível), porém a eletricidade ainda é escassa.

    "Fatos, apenas fatos..."

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    1. 1. Ter carro elétrico, hoje somente em cidades grandes e em viagens relativamente curtas (até 260km);

      O que é a realidade de mais de 98% das viagens de carros no Brasil. Então é viável sim mudar para elétrico, mas não nesses preços de hoje.

      2. Assim como existem em algumas empilhadeiras e alguns tipos de veículos, seria interessante ter um carregador de alta frequência bivolt instalado no veículo, com seu próprio cabo retrátil (pelo menos para emergência);

      Isso vem junto com os carros. Não existe carregador portátil de carro elétrico, pq os de 7 kwh precisa de uma wallbox com instalação trifásica.

      Carro não é celular. Dá uma pesquisada antes de relinchar.
      4. Com a atual tecnologia, carro elétrico x viagens longas é FURADA;

      Depende do lugar onde é a viagem. Entre SP e Rj há muitas opções de carregamento.

      5. Sim ,para emissões zero, teremos sim de ter novas tecnologias alternativas (hidrogênio é de longe a mais viável);

      Hidrogênio é roubada. A VW já mostrou isso.; e a única que aposta (e vai desistir) é a Toyota. Hidrogênio no máximo para pesados, mas para leves, o futuro é BEV mesmo.


      "Fatos, apenas fatos..."

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