Recarga - tempos
Os carros elétricos estão com vendas crescendo exponencialmente no Brasil, dobrando a cada ano, e agora a GM, com a expansão da rede de concessionárias de habilitadas a vender elétricos, coloca um grande impulso para a eletrificação no Brasil. Neste artigo relacionamos nossas impressões com um teste de 3 dias com o Chevrolet Bolt, SUV 100% elétrico, vendido no Brasil a R$ 274 mil.
O atual Chevrolet Bolt EV foi lançado em 2015, durante o Salão do Automóvel de Detroit, sendo o primeiro carro da marca projetado desde o zero para ser de propulsão totalmente elétrica, sem motores de combustão interna no carro.
O design deixou de ser exótico, e no caso do Bolt, apesar de já estar no mercado há 6 anos, transmite modernidade. O porte é avantajado, sobretudo pela altura típica de um SUV: 1,595 metros. O comprimento é de 4,166 metros (similar ao do Novo Onix Hatch), assim como a largura de 1,765 metros. A distância entre eixos é de 2,6 metros.
O Bolt tem uma bateria de 66 Kwh, que pode ser carregada em uma tomada comum, ou em sistemas de carregamento rápido DC. Em uma tomada de 220V de 20A (a mesma de cafeteiras elétricas), ele carrega a uma taxa de 10 km de autonomia por hora, o que dá 42 horas para carregar a bateria do 0 a 100%. Entretanto, em um carregador wallbox de 11 Kw (7KVA) de uso doméstico, a taxa de carregamento é de 40 km de autonomia para cada hora conectado, o que daria 10,4 horas.
Em um carregador DC, ultrarrápido, de corrente contínua, pode-se obter 160 km de autonomia em 30 minutos.
Em Brasília (DF) há 35 eletro postos de carregamento DC espalhados pela cidade, e também em shoppings e supermercados- nos quais é possível carregar o carro sem custo algum.
Então, caso se more ou trabalhe perto de um carregador desses, o proprietário de um carro como o Bolt não gastará nada para carregar o carro todos os dias.
Custo do quilômetro rodado 82% mais baixo que carro a gasolina
Entretanto, para quem for carregar o Bolt em casa, o gasto financeiro em termos de energia elétrica é muito mais baixo quando comparado a um carro a gasolina. Tomando por base Brasília (DF), o custo do Kwh da CEB hoje é de R$ 0,67. Dessa forma, para encher as baterias do Chevrolet Bolt, de 66 Kwh, gasta-se R$ 44 reais. E a autonomia é de 416 km. Assim, o custo por km rodado é de R$ 0,11 reais.
Para efeitos de comparação, o Novo Onix, com seu tanque de 50 litros, e custo do litro de gasolina de R$ 5,95 reais. O dispêndio para encher o tanque é de R$ 297,50 - com autonomia de 500 km. Assim, o custo por km rodado é de R$ 0,60.
Assim, rodar com o Bolt, mesmo carregando as baterias em casa, é 5,5 vezes mais barato que rodar com um carro a gasolina como o Novo Onix. Isso significa que, se com seu carro a gasolina você gasta R$ 1.000 reais por mês de combustível, com Chevrolet Bolt, fazendo os mesmos percursos, gastaria R$ 180 reais - uma economia de 82%!
Além disso, para quem puder usar os carregadores públicos gratuitos, como os disponíveis em Brasília, custo de "abastecimento"/carregamento vai a zero, aumentando muito a vantagem de usar o carro elétrico. Em outras cidades, como São Paulo, por exemplo, há vantagens como a não inclusão no sistema de rodízio.
O Chevrolet Bolt
Apesar de dispor de comprimento externo similar ao do Novo Onix, o espaço interior do Bolt é muito superior. Equivale a um Passat, por exemplo. O carro elétrico não tem câmbio, nem radiador e o motor é muito menor. Não tem sistema de escapamento, de modo que o sistema mecânico é muito menor que o de um carro convencional - sobra muito mais espaço para os passageiros e para as bagagens (volume do porta-malas de 478 litros).
O painel não tem medidores analógicos, é tudo digital, com telas de LED. O cluster de instrumentos mede 8" e no centro encontramos uma tela de 10,2" com todos os aplicativos multimídia, ar condicionado e GPS, todos compatíveis com Apple Car Pay e Android Auto.
O Bolt tem uma conexão 4G LTE com a qual até cinco dispositivos podem ser vinculados e também funciona com o sistema OnStar da GM.
O interior não é de luxo, mas o acabamento é bem montado, não há ruídos de peças soltas. O foco é evidente na funcionalidade.
Ao entrar no carro, aciona-se o carro com o botão liga / desliga, como em um laptop. Mas ele não faz barulho algum. Uma apresentação gráfica é exibida em ambas as telas indicando que o carro está pronto para mobilidade.
Para começar a rodar, basta usar a alavanca de "câmbio" no console central, e como se fosse um joystik de PlayStation.
A performance do Bolt é de carro esportivo: 0 a 100 km/h em 7,3 segundos, para uma velocidade máxima de 146 km/h, configurando-se em um carro com vocação mais urbana, mas que permite viagens.
Com o veículo em D, o acelerador é pressionado levemente e começamos a nos mover apenas com o som fraco dos pneus no asfalto. Com a estrada desimpedida, o desejo de acelerar totalmente é demais para sentir os 361 Nm de torque. Com a alavanca em "D - Drive", o Bolt se comporta como um carro automático a combustão convencional.
Entretanto, há a opção de rodar com "L", que é o modo de regeneração máxima de energia. Nessa situação, o freio motor fica muito mais intenso, bastando tirar o pé do acelerador para o carro começar a frear de forma relativamente forte. Entretanto a frenagem está sendo feita pelo motor, operando em modo gerador, ou seja, regenerando energia elétrica.
Esse é o modo mais econômico de operar o Chevrolet Bolt, pois, além de economizar freios - pode-se operar o carro apenas com o acelerador na maior parte do tempo - ele gasta muito menos energia elétrica da bateria nos percursos, pois acaba regenerando mais energia. Demanda alguma adaptação, mas que acontece de forma rápida e intuitiva.
O Chevrolet Bolt é um carro de 1.641 Kg, dos quais cerca de 450 Kg são das baterias alocadas no assoalho - o que melhora o comportamento dinâmico por reduzir o centro de gravidade.
Apesar de ser um carro pesado, ele se mostra extremamente leve e dócil em uso urbano. Um carro muito agradável de ser conduzido, previsível, fácil e não cansativo.
Entretanto, a suspensão tem ajuste mais firme do que normalmente se espera de um GM, e a altura livre do solo um tanto reduzida para os padrões brasileiros exige cuidado adicional ao superar lombadas e valetas, para evitar raspar o assoalho.
Conclusão
Depois de andar em um carro elétrico moderno e funcional como o Chevrolet Bolt, dificilmente se tem saudades dos modelos a combustão. Silencioso, sem vibrações, ágil e com custo de energia por quilometro rodado que pode chegar a zero caso se use carregadores públicos gratuitos.
Além disso, caso se instale um carregador wallbox em casa (custo ao redor de R$ 7 mil), o carro fica perfeito para uso em ambiente urbano e até para viagens, caso se tenha uma previsibilidade de carregamento no destino - no mínimo uma tomada de 20A e 220V.
O aspecto negativo é o preço, de R$ 274 mil, que inviabiliza que o Chevrolet Bolt e todas as suas vantagens para a maior parte da população. Espera-se, porém, que com o avanço da eletrificação e da produção, os preços caiam, tornando os carros elétricos como o Bolt mais acessíveis para a maior parte dos consumidores.
Gm não perde nada por esperar. Em breve no Brasil.
ResponderExcluirhttps://1.bp.blogspot.com/-HL4b74PSMsg/XxrtFq2P7KI/AAAAAAAAgho/NyA0EURLYnYzs5DZemgCjEJFcCCqEH8lQCLcBGAsYHQ/s1600/Volkswagen-ID-3%2B%252829%2529.jpg
ID3 e ID4. Para quebrar a banca.
Previsão nenhuma de vir ao Brasil... Pablo de Si já falou que p/ nosso mercado é algo na linha de híbrido etanol.
ExcluirBelíssimos carros mas chegarão mais caros que Tesla Y, que tem mais autonomia e segurança
ExcluirVários Id3 ficaram parados em pátios de concessionárias 😂😂😂😂
ExcluirVolks solta elétrico só pra dizer que tem um, mas nem consegue fazer eles andarem 🤣🤣🤣
Veja bem: LANÇADO EM 2015, ou seja já tem anos de mercado é CONFIÁVEL e ainda por cima tão atual com sua autonomia que valem muito a pena.
ExcluirEnquanto ele ESTÁ no Brasil, o ID.3 nem tem planos...
Se botasse um moderno motor a combustão nisso aí, venderia bem. Fora isso...vai continuar sendo tão raro de se ver nas ruas quanto um Fiat Oggi ou um Alfa-Romeo 2300 em impecável estado de conservação e grau de originalidade. A verdade é esta, o resto é narrativa.
ResponderExcluirEsse Carlos4carros é muito infantil, fanático eu trabalho na Volks a 25 anos e sei tb valorizar o que é bom na concorrência.
ResponderExcluirCara ele nem anda de carro. Só usa transporte público e bicicleta.
ExcluirQuanto ao seu emprego, fico feliz por vc trabalhar em uma das maiores montadoras do país.
Nem liga pra Carlinha, sai opinando sem ter carro.
Unknown, ele tá é QUEIMANDO A IMAGEM DA VW COM ESSA POSTURA DE MOLEQUE!
ExcluirE tem um monte de fanáticos com ele. Com certeza a VW não aprova esses boçais...
O Golf GTE tem bateria de 13Khw, que dá autonomia de 50 km. A taxa de carga é 12 km/h, então leva-se 4 horas em uma tomada elétrica de 220 V e 20A.
ResponderExcluirDobrar a cada ano é um crescimento geométrico e não exponenecial;
ResponderExcluir"Em Brasília (DF) à 35 Eletro postos...." Deveria ser: "Em Brasília (DF), há 35 eletro postos"
MUITO TOP, O MELHOR ELETRICO DO BRASIL
ResponderExcluirBom, mas o Leaf é melhor tem porte de médio, esse é compacto.
ExcluirPor este preço vai continuar por muito tempo um sonho de consumo distante dos brasileiros.
ResponderExcluirÉ preciso muito mais que um preço parelho com o de carros de sua categoria a combustão, para que um elétrico se torne sonho de consumo meu e de muita gente. O preço atual é só um de vários empecilhos.
ExcluirDe que adianta economizar 800 reais por mês se você já põe "na frente" 285.000 num carro com tamanho de carro de $70000?
ResponderExcluirEnquanto não for viável economicamente, vai continuar sendo carro de nicho pra consumidores endinheirados com perfil irracional de compra.
Ou seja, só quem não precisa da economia da gasolina vai poder comprar o carro que economiza gasolina haha.
Com o Ônix economiza mais porque a diferença de preço entre ambos você roda anos colocando gasolina e ainda sem o perrengue de só poder ir ali no outro bairro e voltar.
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