Ferrari F-355 Berlinetta: a primeira moderna, mas analógica

A Ferrari F355 Berlinetta é um dos cupê esportivos mais icônicos da história da marca. É um modelo reverenciado desde tribos isoladas em território amazônico até em enclaves de milionários na Europa. Por muitos considerada a primeira das Ferrari modernas, é também a última das analógicas.

É um modelo dos anos 90, e, portanto, um carro muito analógico. Com um manual de 6 marchas e direção hidráulica bem pesada, um carro do tempo que os supercarros eram realmente brinquedos ocasionais. Não era possível usá-los todos os dias.

E também não há mostradores eletrônicos ou computador para perturbá-lo - é um carro mecânico. Percebe-se o que as rodas dianteiras estão fazendo, e é quase como se o carro estivesse girando na parte inferior das coxas - a suspensão é super plana e muito bem equilibrada nas estradas sinuosas do país.

Outra coisa é que ela não é muito rápida. Não que o 355 seja lento, porque acelera de 0 a 100 km/h em 4,9 segundos, e atingirá uma velocidade máxima de 290 km/h, graças ao V8 de 3,5 litros.

Mas se olharmos para equivalente modernos, a 488, é necessário infringir a lei para poder se divertir nesses carros e, possivelmente, arriscar sua vida.

Hoje em dia a Audi e a Mercedes extraem 370 cv de um hatch 2.0, de modo que esse V8 da 355 soa anaocrônico. Mas ele tem um ruído com um uivo distintivo exclusivo do 355. No entanto, não é possível uma multa por excesso de velocidade tão rapidamente quanto um 488.

A aparência da 355 é uma das melhores das Ferraris clássicas. As linhas são perfeitas, um instrumento de condução fantástico.

Faz barulhos que apenas as crianças dos anos 90 vão se lembrar. A aura analógica é nostálgica, em um mundo de bobagens eletrificadas de computadores.