Avaliação: Renault Sandero RS 2020 - preço, detalhes e impressões ao dirigir

A Renault do Brasil apresentou esta semana a linha 2020 do Sandero, Logan e Stepway, com novidades mecânicas, estéticas, de segurança, tecnologia e no interior. Neste artigo relatamos nossas impressões sobre a versão que menos mudou na linha, esportivo RS 2.0.

Nós avaliamos o carro nas excelentes rodovias e vias urbanas do interior de São Paulo, na região de Campinas, tipo de piso adequado para a proposta essencialmente esportiva deste Sandero RS 2.0 2020.



Assim como os demais Sandero, o RS 2.0 recebeu nesta linha 2020 um facelift com novas lanternas traseiras de maiores dimensões e que invadem a tampa do porta-malas, novo sistema de posicionamento diurno em LED. O interior recebeu um upgrade em termos de qualidade de materiais, nova central multimidia compatível com Apple Carplay e Android Auto.

Externamente, o Sandero RS 2.0 2020 ainda se diferencia do modelo vendido até então pelas novas rodas de 17 polegadas, nova grafia dos elementos decorativos nas laterais. A suspensão continua firme e rebaixada em relação do Sandero convencional, o que, além de garantir melhor comportamento dinâmico, reforça o aspecto esportivo do hatch.

No geral, o Sandero da atual geração, com suas linhas limpas, é um modelo bem proporcionado e a economia de linhas de caráter (como as laterais) melhoram o visual do carro, e reforçam o aspecto muscular dos para-lamas.

É certo que design é uma questão com alto teor de subjetividade, mas é inegável que este Sandero RS 2.0 tem um conjunto de elementos estilísticos que funcionam corretamente e dão ao carro uma aparência de verdadeiro hot hatch.


Interior

Na cabine, algo muito semelhante acontece no exterior: detalhes de esportividade que se somam à base já conhecida. O interior do Sandero é um dos mais amplos no seu segmento. O aspecto interior é de austeridade, mas nesta linha 2020 o modelo recebeu materiais de maior qualidade.

A maior diferença proporcionada pela versão RS são os bancos dianteiros com orientação esportiva (um pouco mais rígidos e com melhor apoio lateral), complementados por um estofamento com detalhes de “competição”. São bancos estilo Recaro, muito anatômicos e que seguram o corpo do motorista em curvas.

A posição de condução é correta, o volante tem pega excepcional, e o couro de revestimento transmite qualidade. Há ajuste de inclinação do volante, mas não de profundidade, o que limita um pouco encontrar a posição ótima de condução para biotipos mais distantes do médio. Para motoristas até 1,80 metros não há problemas, mas para os maiores, pode complicar.

Quando se usa o Renault Sandero RS 2.0 como um carro convencional, ele oferece amplitude nos bancos traseiros, e um excelente sistema multimídia agora competível com o Apple CarPlay e Android Auto, com tela de grandes dimensões, muito visível, e que contempla ainda o sistema de áudio e conexão Bluetooth para o telefone. Não é "o último dos últimos" , mas funciona bem.

Em relação aos itens de conforto, há ar-condicionado digital com zona única de climatização, vidros e travas elétricas, direção com assistência eletro-hidráulica - com ajuste mais firme que o dos demais modelos, para reforçar a esportividade.


Segurança

Boas notícias neste quesito: vem de série com controle de estabilidade ( ESP ), controle de tração, 4 airbgas. Os freios são excelentes. Possui generosos discos de quatro rodas (280 mm para frente e 240 mm para trás), que são complementados pelo sistema ABS e distribuição eletrônica de frenagem (EBD).


Motor e transmissão

A chave para a esportividade do Sandero RS está, é claro, sob o capô. Ele carrega o conhecido motor 2.0 16V. É aí que os engenheiros da Renault Sport trabalharam para obter 150 cv de potência e 202 Nm de torque (nada mal, para um motor atmosférico). O motor está associado com uma transmissão manual de 6 marchas, com relações muito curtas, muito apropriadas para uma passagem de marcha rápida e alta rotação.

Segundo a Renault, o Sandero RS 2.0 acelera de 0 a 100 km/h em 8 segundos, e atinge uma velocidade máxima de 202 Km/h. O consumo, segundo o INMETRO, é de 6,9 km/l de etanol em cidade, e 7,7 Km/l em estrada. Com gasolina melhora para 9,9 km/l e 11,1 Km/l, respectivamente. Um consumo elevado - o preço a se pagar pela "esportividade".

Comportamento dinâmico

Andamos com o Sandero RS 2.0 em estradas de ótima qualidade, que é o habitat deste carro, assim como um autódromo. O motor 2.0 aspirado responde pronta e progressivamente, sem o "soco" proporcionado pelos motores turbo. Entretanto, explorar todo o potencial do Sandero RS só é possível em autódromos, e não em vias públicas.

O carro é colado no chão, a direção firme e direta e o conjunto de suspensão transmite muita segurança ao motorista. Como o motor não causa aquela explosão de performance típica de carros turbo, fica a impressão que está até sobrando carro para o motor. O fato é que o Sandero RS é um carro pronto para receber cavalos adicionais em preparações.

Isso porque o motor aspirado tem muito espaço para retirar muitos cavalos dele, e como o conjunto de suspensão, freios e direção parece super-dimensionado para o motor, caso a preparação seja parcimoniosa, não há necessidade de alterar esses componentes.

A estrutura do carro é reforçada em pontos estratégicos, os amortecedores e molas são mais rígidos e as barras de torção são mais resistentes. Os quatro centímetros que o carro está mais perto do chão não só tem uma função estética, mas também o centro de gravidade.

Outro aspecto fundamental é a direção, que possui assistência elétrica-hidráulica variável, inversamente proporcional à velocidade do motor. Ou seja, em maior velocidade e velocidade, a assistência diminui e a direção se torna mais rígida e direta.

Tudo isto é complementado por três modos de condução: Normal (com o ESP permanentemente ligado e um mapeamento de motor que privilegia o conforto e o consumo de condução), Sport (parcialmente desconecta o ESP e aumenta a sensibilidade do acelerador) e RS (Desconecte o ESP completamente e deixe o carro 100% livre para a perícia do piloto) Recomenda-se usar o último modo somente na pista.

Conclusão

O Renault Sandero RS 2.0 2020, precificado em R$ 69.990 reais - o que evidencia que este é o carro esportivo mais acessível do nosso mercado.

E o termo "esportivo" é fundamentado em um conjunto de credenciais suficientes para que possa ser levado às pistas, não para quebrar recordes de tempo - ao menos com o motor original - mas sobretudo para diversão.