VW Jetta Comfortline 250 TSI: quem precisa do GLi? vídeo

Na semana passada a Volkswagen do Brasil nos levou a conhecer e experimentar a versão esportiva do Jetta, o GLi, que já está à venda no Brasil com preços a partir de R$ 144.490 reais. O GLi é muito bem resolvido esteticamente, esportivo, agressivo e dono de um desempenho espetacular. Mais que isso, o Jetta GLi é instigante, especialmente quando se usa o modo Sport de condução, no qual o ruído do motor dentro do carro parece de um V6 ou V8 - na verdade o som do 2.0 TSI de 230 cv amplificado artificialmente dentro da cabine.

A questão é que, quando se avalia este Jetta Comfortline 250 TSI Automático, que é R$ 40 mil mais barato, constata-se que esta configuração, o mesmo do R-Line (que tem todos os itens de assistência do GLi) é uma compra mais racional. Desempenho? Este Jetta Comfortline é muito rápido e muito veloz. Seu motor tem mais torque e potência que a maior parte dos consumidores precisa (nós que avaliamos, incluídos). E ele ainda é flex, macio, espaçoso e confortável.



A primeira coisa que chama a atenção ao acelerar pela primeira vez este Jetta Comfortline 250 TSI Automático é o quanto ele é rápido e ágil: com etanol, acelera de 0 a 100 km/h em 8,9 segundos. A segunda coisa é o quanto ele é suave, silencioso e macio.

O Jetta Comfortline adota um motor 250 TSI Flex (1.4 turbo e injeção direta) associado com uma transmissão automática de conversor de torque de 6 marchas. É o mesmo conjunto usado em outros modelos da marca, como o T-Cross Highline, Tiguan Comfortline, VW Golf e Variant Highline (que infelizmente já não são mais vendidos no Brasil).

Esse conjunto mecânico, apesar de ser um dos modernos e avançados em uso no Brasil, já está há algum tempo no mercado, e isso se reflete em um refinamento de funcionamento que é digno de nota. A harmonia com que o motor turbo opera com a transmissão é notável.

Muito rápido, mas ao mesmo tempo suave e progressivo. Não há sustos ou surpresas. Este Jetta funciona como um carro oriental projetado para ser vendido no EUA: previsível. Na verdade ele é um carro alemão, mas é o primeiro da Volkswagen projetado para agradar o consumidor americano.

E isso diz muito deste que é o mais americano de todos os Jettas já fabricados. Tão americanizado que nem mais vendido na Europa ele é. E isso converge também com as preferências do consumidor brasileiro. Quem anda neste Jetta, e conhece os sedãs médios orientais, logo percebe como o Jetta está mais parecido com o Corolla. Essa maciez de funcionamento, o conforto da suspensão, o silencio interior e a suavidade é o que agrada o consumidor americano.

Essa natureza "norte-americana" deste Jetta fica clara também na estética, que fugiu um pouco da sobriedade alemã, e está mais chamativo, especialmente a dianteira com sua enorme grade cromada; nas dimensões - com 4,7 metros de comprimento, 2,69 de entre-eixos e 1,8 de largura, o Jetta se aproxima dos sedãs grandes, como o Fusion; no espaço interno, especialmente no banco traseiro, muito amplo e espaçoso para até 3 passageiros.

Mas, americano gosta de sedã grande, espaçoso, silencioso e macio. E barato. pois são carros de entrada nos EUA. E para conseguir preços competitivos, é necessário abrir mão de certos requintes. Este Jetta não tem o refinamento de acabamento do Golf, por exemplo.

Esqueça os porta-objetos revestidos de camurça, o capô do motor operado por amortecedor, os 3 encostos de cabeça traseiros ajustáveis, e até a suspensão independente na traseira que fez parte dos Jetta de geração anterior.

Este usa eixo de torção, porta-objetos e porta-luvas de plástico rígido, vareta para segurar o capô do motor, encostos de cabeça integrados ao banco traseiro (sem possibilidade de ajuste) e não há nem saídas de ar-condicionado para o banco traseiro.

Ou seja, é um Jetta menos refinado, especialmente se comparado ao modelo de 2006 a 2010. É menos sofisticado no acabamento, mas é maior, mais espaçoso, tão ou mais silencioso, ainda muito competente dinamicamente. E bem mais acessível.

No Brasil este Jetta Comfortline 250 TSI Flex Automático parte de R$ 109.900 reais, e vai a R$ 114.900 reais com o teto-solar panorâmico opcional. É caro? Depende. Caro ou barato é uma questão relativa.

O Toyota Corolla XRS 2.0 CVT custa R$ 111.990, não tem o motor deste Jetta, sua central muitimídia é inferior e ele tem menos espaço interno. Na Honda o concorrente é o Civic EXL, ainda com motor 2.0 aspirado (como o Corolla) e câmbio CVT.

O Jetta anda mais que os dois concorrentes japoneses, e bebe menos que eles. No nosso percurso urbano em Brasília DF, o Jetta marcou 12,6 km/l de média com gasolina, e 10,1 km/l com etanol. Dados compatíveis com os do INMETRO, que aponta 10,9 km/l em cidade e 14 km/l em estrada, com gasolina.

Conclusão

O Volkswagen Jetta Comfortline 250 TSI é um sedã médio espaçoso, suave, macio, rápido e econômico - dentro da gama, uma compra racional. Um sedã médio americanizado, feito para agradar pais de família conservadores.

Respondendo a pergunta do título da matéria: quem precisa do Jetta GLi? Os que gostam do Jetta de comportamento alemão, de alta performance, esportivo, firme e preciso. Para todos os demais existe este Comfortline, ou o R-Line.