Avaliação: Jetta GLi 2.0 Turbo Automático 2020 em vídeo - mais do que um Golf GTI com porta-malas

O que talvez seja o sedã esportivo mais esperado no mercado, o Jetta GLi 2020 2.0 TSI DSG-6, tem o que é necessário para ser considerado o melhor Jetta já lançado no mercado brasileiro.

Se existe um modelo que gera muitas paixões no mercado brasileiro, é o Volkswagen Jetta, por se tratar de um sedã médio, mas um sedã médio com uma pegada esportiva que nenhum outro concorrente oferece.

E isso é especialmente verdade nesta versão GLi, com mecânica do Golf GTI: 2.0 Turbo de 230 cv, e preço, em junho de 2019, abaixo de R$ 150 mil reais - completo.



No ano passado a Volkswagen lançou do Brasil a sétima geração do Jetta, mas causou certa decepção porque a versão com motor 2.0 TSI não foi oferecida, e esta é uma das mais aguardadas. E agora ele chega, porém trocando o nome de Highline para GLi, justificando sua aparência bem mais agressiva.

O Jetta GLI baseia-se na plataforma modular MQB da marca, mas faz uso de uma suspensão traseira com sistema multi-link e emprega do mesmo powertrain do hot hatch por excelência: o Golf GTI agora com 230 cavalos.

Primeiro, visualmente, o novo Jetta GLI incorpora muitos detalhes dignos de uma versão esportiva do Jetta: uma grade preta com uma linha vermelha típica que corre no sentido da largura, novos painéis inferiores na dianteira e traseira, rodas de 18 polegadas, elementos aerodinâmicos inferiores, detalhes alusivos à versão "GLi" nos para-lamas e duplo escapamento traseiro.

O aspecto geral é bem agressivo. Esta versão parece mais baixa e mais larga que o Jetta convencional - algo ajudado também pelas rodas maiores de 18 polegadas de design exclusivo e pelo spoiler na tampa do porta-malas com acabamento na cor do carro.

Dentro, encontramos os mesmos padrões de design; discreto, mas muito esportivo. Ressalte-se o conjunto encontrado na sétima geração Jetta, com sua ergonomia orientada para o motorista aprimorada, que também herda os materiais macios de toque aprimorados, como aqueles encontrados nas portas dianteiras.

Há bancos e volante com seletores de trocas manuais, ambos revestidos em couro, com costura contrastante em vermelho, bem como pedais de alumínio. A central multimídia tem GPS integrado, sistema de som Beats sound com 300 W, e compatibilidade App Connect com Apple carplay e Android Auto. Essa central é integrada ao painel de instrumentos digitais Active Info DIsplay - presente também na versão R-Line.

Quanto aos materiais utilizados no habitáculo, gostamos muito dos detalhes de alumínio no volante, da alavanca e das maçanetas, também encontramos materiais macios na maioria das superfícies, exceto no console central.

Em termos de habitabilidade, não há grandes mudanças em relação a um Jetta normal, por isso, mantém o bom espaço para cinco passageiros e um porta-malas com capacidade para 510 litros de carga.

Em relação aos itens de série, é tudo o que é mostrado nas imagens, exceto o teto-solar panorâmico (R$ 4.990 reais). Há ar-condicionado dual zone, iluminação interior configurável em até 10 tonalidades, seletor de modos de condução, ACC (Piloto Automático Adaptativo), Front Assist (monitor de colisão frontal com frenagem autônoma de emergência), ESC (controle eletrônico de estabilidade), ASR (controle de tração), diferencial XDS+, direção elétrica com desmultiplicação variável, entre outros.

Nota-se também que este Jetta mantém o ápice da praticidade em relação aos demais Jetta de gerações anteriores. A posição de condução mostra uma excelente visibilidade em todas as direções, o banco traseiro oferece espaço generoso para os passageiros e o porta-malas mantém o grande volume de 510 litros.

Na parte mecânica é onde as coisas ficam mais interessantes, já que temos sob o capô o mesmo motor 2.0 Turbo (gasolina) de 230 cv e 35,7 Kgfm de torque, acoplado ao mesmo câmbio automático DSG de 6 relações, como vemos no Golf GTI.

Mas também é onde as semelhanças terminam, porque o Jetta herda o sistema de freio de Golf R, e um diferencial esportivo XDS+, que melhora a resposta em curvas. Então, este Jetta GLi não é apenas um Golf GTI com porta-malas, ele é ainda melhor em dirigibilidade.

Os modos condução modificam a resposta do pedal do acelerador e a velocidade da caixa de velocidades, dependendo do tipo de condução que precisamos, permitindo-lhe escolher entre Eco, Normal, Sport e Individual.

Vale ressaltar que, no modo Sport, a iluminação interior, incluindo a do painel de instrumentos digital, fica vermelha e um som de motor amplificado entra na cabine através dos alto-falantes do sistema de som.

Além do som do motor ampliado se houver uma diferença notável entre os modos de operação, especialmente no Sport, com uma resposta mais imediata na entrega de potência, reduzindo atraso do turbo, que praticamente desaparece se ativar o Controle de Largada - permitindo que mesmo pilotos não profissionais possam executar o 0 a 100 km/h em 6,8 segundos.

Por outro lado, o modo Eco prioriza o consumo através do uso do sistema Start-Stop e mantém a taxa de revoluções mais contida. E por falar no sistema Start-Stop, o Jetta GLi usa o sistema 2.0, aprimorado, que liga o motor apenas quando se acelera (e não quando se tira o pé do freio, como o do Golf GTI).

O comportamento dinâmico do Jetta é caracterizado por um passeio muito sólido e que transmite muita confiança nas tomadas de curvas e a suspensão é algo mais macia que a do Golf GTI, permitindo isolar a cabine de algumas imperfeições da estrada.

Da mesma forma, a direção é rápida e precisa e, apesar de ser eletricamente assistida, permite saber o que acontece com as rodas dianteiras o tempo todo. Outro ponto que nos agradou muito, especialmente porque, insistimos, no modo Sport tem peso suficiente para combinar conforto e precisão.

Dempenho

Na aceleração de 0 a 100 km / h a resposta do motor é muito eficaz, especialmente a caixa DSG, mas ainda assim, com o Launch Control ativado, sente-se um pequeno turbo lag. O tempo obtido com o controle de largada ativo é 6,8 segundos.

Por outro lado, o sistema de freios, herdado do Golf R, permite uma frenagem consistente e uma sensação no pedal bastante eficaz, atingindo a imobilidade, vindo a 100 km/h, em 37 metros, com uma boa resistência à fadiga.

O consumo, segundo o INMETRO, é de 9,9 km/l de gasolina em cidade e 12,5 km/l em estrada. A média ponderada é de 10,9 km/l.

Segurança

Além de todas as virtudes dinâmicas e práticas do novo Jetta GLI, há também segurança completa a bordo, com sistemas de freio ABS com EBD, seis airbags, âncoras para assentos de bebê, bem como assistência de condução como controle de cruzeiro monitoramento adaptativo e de ponto cego.

Seria interessante se oferecesse um pacote de assistência mais completo, com um assistente de mudança de faixa, com atuação ativa no volante.

Concorrente - Honda Civic Touring



Conclusão

O preço abaixo de R$ 150 mil do Jetta GLi o coloca mais de R$ 20 mil abaixo do irmão, o Golf GTI. Nesse preço sente-se falta das saídas de ar condicionado para os passageiros traseiros, material macio nas portas traseiras e no descansa-braço e nos braços dos porta-malas.

Mas ele realmente tem um desempenho muito mais do que aceitável, e uma dirigibilidade realmente esportiva e excitante. É o sedã mais rápido, completo e sofisticado até R$ 150 mil no Brasil.