Ford Ka SE 1.0 2017: preço, consumo e detalhes - vídeo

O Ford Ka já está no mercado há mais de três anos. Em 2014/2015 fizemos uma avaliação prolongada de longa duração (veja aqui) em um exemplar SE 1.0, e concluímos que se tratava de um modelo com bom desempenho em estrada, mas que apresentava acabamento ruim, excesso de ruído interno e um motor pouco elástico, com insuficiência de torque em baixos regimes. Agora, três anos depois, será que o Ka evoluiu?

Em termos estéticos e de interior a mudança em relação ao modelo que avaliamos é pequena, sendo que a principal novidade foi a introdução da porta USB de carga no porta-objetos posicionado na parte superior do painel, que funciona como porta-celular, e é chamado pomposamente pela Ford de "Dock Station".

É uma novidade bem vinda, pois permite que o smartphone não fique sem carga - algo extremamente importante, especialmente pelo fato de que o uso do sistema de navegação acelera o consumo de bateria.



Fora esse detalhe, o carro não mudou nada, mantendo o mesmo motor 1.0 de três cilindros e 80 cv com gasolina e 85 cv com etanol, associado com transmissão manual de cinco marchas. A surpresa negativa neste caso, porém, foi o consumo de combustível - que consideramos excessivo.

Durante o nosso percurso de cerca de 600 km, o Ford Ka 1.0 SE foi abastecido exclusivamente com etanol. Em cidade conseguimos uma média de 6,3 Km/l - um indicador 30% pior que os 9,2 Km/l indicados pelo INMETRO. Em estrada obtivemos 9,5 Km/l - 12% pior que os 10,8 Km/l do INMETRO.

O consumo é elevado, mas o desempenho convence para um carro 1.0. Segundo a Ford, ele acelera de 0 a 100 km/h em 13,7 segundos, desde que abastecido com etanol e ao nível do mar. Não fizemos medições, mas o Ford Ka 1.0 é um carro ágil, especialmente em estrada. A dificuldade de ligar o motor com etanol manteve-se. Há situações que são necessárias duas ou três tentativas para o motor ligar.

Já em cidade, assim como no primeiro Ka que testamos, ele até é ágil (para um carro 1.0), mas exige muitas trocas de marchas pois o motor tem pouco torque em baixa. O tri-cilíndrico da Ford parece que "acorda" somente depois dos 3.500 RPM - o que exige manipular muito o câmbio para manter a rotação do motor - algo que se torna cansativo em uso urbano.

Um aspecto que parece ter melhorado ao longo desses três anos foi o isolamento acústico, pois este Ka se mostrou mais silencioso, especialmente quando se coloca o motor em rotações mais elevadas. Agora pode-se dizer que está dentro do que se espera de um carro dessa faixa de preço - em torno de R$ 45.000 reais.

Além disso, os problemas de peças plásticas que se soltavam, muitos ruídos de componentes plásticos soltos, e outros problemas de acabamento, ao menos nos 600 km que rodamos com este modelo não recorreram. Mesmo tendo o Ka sido submetido a vias de baixa qualidade, sem pavimentação, e com buracos, ele se manteve íntegro, sem a ocorrência de ruídos indesejáveis.

O espaço interno do Ka surpreende, especialmente para os passageiros traseiros, mas o porta-malas decepciona, com apenas 257 litros. Em nosso percurso estávamos em quatro adultos, e só foi possível armazenar as bagagens de todos pois usamos o rebatimento parcial (40%) do encosto traseiro, permitindo uma bagagem acional, e mantendo o espaço para dois ocupantes no banco traseiro. Problema similar observamos no EcoSport, com porta-malas de 363 litros.

Concorrente - VW Polo 1.0 MPI - R$ 49 mil



Conclusão

O Ford Ka SE 1.0 2018 apresenta alguma evolução em relação ao modelo de lançamento, em 2014, especialmente na redução de ruídos internos.

Entretanto, o modelo foi reprovado em teste de segurança do Latin NCAP, tendo obtido zero estrelas (veja aqui), e agora enfrenta concorrentes bem mais competentes, como o Polo 1.0 MPI (detalhes aqui), que é um pouco mais caro, mas é quase 20 cm maior, com mais espaço, mais equipamentos e bem mais seguro.

Ainda neste primeiro semestre de 2018 o Ka sofrerá um facelift e terá aperfeiçoamentos mecânicos (com uma nova versão 1.5 Automática) e melhorias no interior.