Novo Polo: design de Golf, conforto de Corolla a preço baixo

O Novo VW Polo 2018 pode ser definido por um conjunto de características: formas e comportamento dinâmico de Golf, acabamento premium, desempenho de turbo, consumo de carro 1.0, conforto e ajuste de suspensão de Corolla, tecnologia de Audi, preço de carro compacto, dimensões e espaço interno de médio. Versão topo de linha abaixo de R$ 70 mil reais. Essa é a Nova VW? É o que tentaremos responder neste artigo.

Depois de andar algumas dezenas de quilômetros com o Polo 200 TSI Comfortline Automático, ficaram claras algumas coisas. A primeira é que parece estar um curso uma mudança de mentalidade na Volkwagen. Assim como aconteceu nos EUA, a montadora alemã parece que está mais flexível às preferências dos consumidores de cada mercado, sem, claro, distanciar-se dos conceitos tradicionais fundamentais que sustentam seus carros.

A outra é que a engenharia da Volkswagen do Brasil parece ter estudado os motivos pelos quais alguns modelos carros fazem enorme sucesso no Brasil, e aplicado as lições no Novo Polo.

Comportamento de Golf, conforto de Corolla

Isso é que pode explicar o surpreendente ajuste de suspensão do Novo Polo, que é o primeiro carro nacional que se pode dizer que conseguiu superar o excepcional compromisso do Toyota Corolla para a realidade das vias brasileiras, como notamos em nosso test-drive (vídeo abaixo)



É fato que, se, em autódromo com piso perfeito, o Golf nacional, mesmo suavizado em relação aos importados, dá um baile no Corolla (veja aqui), no uso do dia à dia a suspensão do Corolla se mostra muito mais competente no enfrentamento das valetas, crateras, lombadas e irregularidades das vias brasileiras, e no isolamento dos passageiros dessas irregularidades – o que se traduz em uma percepção de conforto.

Nesse sentido, de conforto ao rodar, o Polo está mais parecido com o Corolla, e distancia-se da firmeza típica da suspensão do Golf e dos demais VW. O novo compacto "premium" alemão se mostra tão competente quanto o sedã best-seller japonês na tarefa de isolar os passageiros dos solavancos das vias esburacadas.

Mas o Polo vai além. Ele é tão competente quanto o Corolla nisso, mas é melhor que o Toyota em tocadas mais esportivas.

Quando se impõe um ritmo mais forte em curvas, o Corolla ainda tomba a carroceria além do desejável, causando certa insegurança ao motorista. Isso já não acontece no Polo, pois o rolling da carroceria - mesmo em curvas tomadas de forma mais esportiva - é praticamente inexistente, neste caso o Polo acaba lembrando o Golf.

O resultado é um carro que tão confortável quanto um Toyota Corolla, especialmente em vias irregulares, e quase tão competente quanto o Golf para uma tocada mais esportiva, mesmo com o curso adicional de suspensão e os 2 cm a mais no centro de gravidade - os quais foram compensados por barras estabilizadoras de maior espessura.

O Polo agrada também aos olhos

Outro indício de mudança de “mindset” da VW Brasil é o enfoque um pouco mais emocional no design do Polo, que é harmonioso e bem resolvido de qualquer ângulo que se observe. Mas a tradicional racionalidade estética dos modelos da marca está, neste lançamento, ligeiramente temperada com alguma emotividade.

E isso fica ainda mais evidenciado no caso do modelo brasileiro, onde se foi além: criou-se uma dianteira exclusiva, mais esportiva e com um toque mais emocional em relação à racionalidade germânica no Polo alemão.

Com isso a VW evita um “problema” que enfrentou com o Up! – o seu sub-compacto de construção primorosa, segurança classe mundial e muito agradável de dirigir, mas que, com suas formas não convencionais, demandava ou uma análise racional, ou que se andasse no carro, para que suas qualidades ficassem evidentes.

No Polo isso não é necessário. Não precisa andar no carro para ficar bem impressionado, pois ele agrada muito também aos olhos. O design é um dos pontos altos dessa nova geração, e a explicação para isso está nas formas e proporções que aproximaram o Polo do Golf, mantendo as referências tradicionais daquele como a janela na coluna C e a linha de cintura em cunha.

Outra aspecto "eye-catching" do Novo Polo, que para muitos pode ser considerado uma frescura, mas que também impressiona bastante, é o painel digital Active Info Display de segunda geração.

Esse sistema é um quadro de instrumentos totalmente digital no qual as informações são implementadas via software. E ele é muito bonito e chama muito a atenção.

E, com base em algumas opiniões que ouvimos em concessionárias e também no evento de lançamento, esse painel digital certamente será um elemento que impulsionará as vendas da versão topo de linha - única que oferece tal "mimo" como opcional.

Menos versões, menos pacotes de opcionais, mais itens de série

Outra mudança visível no estratégia da VW Brasil com o Polo é a simplificação da oferta, algo que já vinha sendo implementado em outros modelos, e foi radicalizado no Polo.

Há apenas quatro versões, com 1 ou 2 pacotes de opcionais, neste caso excludentes (o pacote mais caro engloba todos os itens do mais barato), e simplificação também na oferta de powertrains.

Assim, das quatro versões, duas adotam motor aspirado (sem turbo) com transmissão manual, e duas usam unidades turbinadas com transmissão automática - algo que faz todo sentido, já que quase 100% dos consumidores de carros acima de R$ 60 mil reais exigem a câmbio automático.

Pós venda

O pós-venda é outro aspecto que sinaliza uma mudança de paradigma nos lançamentos da Volkswagen. No caso do Novo Polo, ele está sendo lançado com um plano de manutenção das três primeiras revisões com valor total das três revisões reduzido em 17%. No preço normal, as três revisões somadas dariam R$ 1.207 reais, mas no lançamento esse total cai para R$ 990 reais.

A marca mirou os concorrentes também no preço das revisões. O custos de manutenção são fixos e programados (1 ano ou 10.000 Km) e com preços totais em média 30% mais baixos que os incorridos pelos proprietários dos concorrentes.

E também foi dada uma atenção especial ao custo de peças, e ao indicador de reparabilidade. O Polo 2018 foi avaliado pelo Car Group e se mostrou o carro mais barato de ser reparado - algo que, somado ao baixo custo de peças, resultará em preços de seguro mais baixo que o dos concorrentes.

Preço competitivo: Polo está "barato"

Claro que suspensão confortável, menos opcionais, mais itens de série, pós-venda turbinado, mais conforto, design chamativo são pontos fundamentais, mas nada disso é tão surpreendente quanto a política de preços do Polo - que chega com preços mais baixos que seu principal concorrente, o Argo.

A versão topo de linha do Argo, o HGT 1.8 com todos os opcionais pintado na cor Branco Alaska perolizada sai a estratosféricos R$ 86 mil reais, mais de R$ 10 mil reais mais caro (!) que o Polo 200 TSI Automático completíssimo, com Tecnology Pack que traz o painel digital.

Ao se analisar os preços do Polo, o fato de ser maior e mais refinado que todos os concorrentes, e ainda com preço mais baixo que a maior parte deles, evidencia que o Polo está com preços abaixo do que ele realmente vale.

Em linguagem popular: os preços do Polo, em outubro de 2017, estão inacreditavelmente baratos. Resta saber até quando esses preços competitivos vão perdurar.

Conclusão

O Novo Polo 2018 traz uma série de características, como toques emocionais no design, suspensão confortável, preço competitivo e boa relação custo x benefício que são o aspecto mais visível e palpável do que que os executivos da marca chamam de “Nova Volkswagen”.