Ford Fiesta melhora o suficiente para enfrentar o VW Polo?

O Ford Fiesta é tradicionalmente o mais competente entre os modelos compactos europeus que vivem à sobra e reivindicam competição com o VW Polo. A nona geração chega à Europa no próximo mês, com preços começando em 12.950 Euros (o mesmo do Polo), aperfeiçoado. Mas será suficiente para enfrentar o brilhante novo Polo?

A Ford dotou o novo Fiesta de aços de alta resistência para melhorar sua rigidez, e isso parece ter funcionado, já que em testes que estão sendo conduzidos pela imprensa europeia com o modelo em estradas ruins, o modelo evita distorções. A suspensão supera as desigualdades de forma limpa e a construção permanece silenciosa.

O Fiesta sempre teve um chassi equilibrado, e portanto não é surpresa esta característica no modelo atual. Mas o modelo atual mantém o equilíbrio e ressalta o quão ruim e desconfortável era o passeio do modelo de oitava geração, já que o novo é surpreendentemente suave, com um comportamento mais afeito a um hatch médio que um compacto.

Outro ponto que vem sendo ressaltado é o silêncio à bordo. O ruído do motor e de rolagem de pneus em rodovia foram reduzidos, aumentando a sensação de refinamento. Entretanto, ainda não se pode observar seu comportamento em alta velocidade, pois os testes realizados até agora não permitiram velocidades acima de 120 km/h.

Os assentos também representam um avanço - confortáveis, ​também contribuem para o bem-estar a bordo. Os revestimentos são bonitos e nas versões mais caras, como o Vignale, são de couro.

Em relação ao comportamento dinâmico, os engenheiros da Ford aumentaram a rigidez das barras estabilizadoras para reduzir o mergulho e a rolagem da carroceria em curvas. Além de mais rígidas, são mais leves - e as dianteiras são duas vezes mais rígidas que as do modelo anterior. Na versão ST, as barras são até 30% mais rígidas, assim como molas e amortecedores, e o curso é 10 mm maior.

Além disso, essas mudanças deram ao Fiesta um comportamento melhorado em mudanças de direção, mesmo em velocidades mais elevadas. O novo Fiesta é mais obediente e direto, transmitindo mais segurança ao motorista.

A Ford também investiu para aumentar a qualidade percebida do Fiesta, com materiais de qualidade superior. Há melhores plásticos parcialmente espumados e peças de tonalidade mais uniforme. O painel do modelo Vignale tem superfícies de couro - isso dá ao Fiesta um toque premium.

Opcionalmente há um sistema de som da B & O - com dez alto-falantes e potência de 675 watts. O sistema é operado através do sistema SYNC-3. Sua nova tela sensível ao toque reage de forma limpa aos movimentos, e seu sistema de reconhecimento de voz é capaz de entender frases inteiras.

Fim do câmbio Powershift

Na Europa, a Ford substituiu o câmbio Powershift por um câmbio automático de conversor de torque até mesmo no modelo 1.0 EcoBoost, o que resultou em um funcionamento mais suave. A versão com 100 cavalos tem velocidade máxima de 180 Km/h.

Além de mais suave, o Fiesta está mais simples de operar. Há menos botões, a tela de informação e entretenimento tem uma interface amigável, e até requintes ausentes nos Fiesta anteriores, como o uso de uma construção de componentes internos para ocultar juntas, faz-se presente aqui, especialmente na junção do console central com o painel de instrumentos. Isso torna o interior mais arejado e limpo.

Externamente, os designers tiraram linhas da carroceria, ampliaram a janela traseira e fizeram a dianteira mais simpática. Os cantos da grade do radiador foram puxados para cima, o que faz o Fiesta sorrir. No geral o design está menos rebuscado e mais sóbrio.

Preços

O Novo Fiesta começa em 12.950 euros. A versão Titanium, com 100 cavalos e câmbio automático vai a 19.450 euros. Equipado com o 1.5 TDCi com 120 cv fica em 20.800 euros. A opção de cinco portas custa 800 euros adicionais.

Concorrente - Novo Polo

O Novo Fiesta está mais simpático, com desenho mais limpo e interior menos confuso. O seu principal problema, porém, continua sendo o Polo - modelo que o Fiesta sempre viveu à sombra e ao que parece continuará.

A nova geração do compacto alemão subiu o nível do segmento, com sua plataforma MQB-A0 (do Golf) totalmente nova, maiores dimensões, interior com painel digital e novos sistemas de informação e entretenimento.

A mecânica do Polo é mais eficiente: motores turbo e transmissões de dupla embreagem, e até mesmo sistemas de assistência ao motorista como piloto automático adaptativo com assistente de condução semiautônoma em congestionamento foram incorporadas ao compacto.

Assim, por mais que o Fiesta tenha melhorado, o Polo melhorou ainda mais, aumentando a distância que separava os dois modelos, tanto em termos dinâmicos, quanto de tecnologia e segurança.

Conclusão

O Novo Fiesta de nona geração é uma evolução clara em relação ao anterior. Continua competente dinamicamente, mas está mais confortável, espaçoso e transparece maior qualidade.

O problema é que mesmo antes mesmo de chegar às concessionárias, ele já parece acanhado ao lado do eterno referencial do segmento - o VW Polo.