Automóveis em março: GM lidera e VW assume a 2ª posição

O mercado automotivo brasileiro vem apresentando algumas alterações importantes em 2016, como a Hyundai chegando, aparentemente de forma consistente ao G4 (quatro maiores fabricantes do Brasil), a Ford despencando para a sexta posição, atrás até da Toyota.

Isso tudo já é conhecido (veja aqui), mas a análise dos dados do primeiro trimestre, especificamente do mercado de carros (excluindo os comerciais leves), mostra modificações adicionais: Fiat despencando para a 4ª colocação, Volkswagen assumindo a vice-liderança, trazendo a Hyundai na terceira colocação.

GM: liderança de mercado e prejuízo

Levando em consideração março de 2016, e apenas automóveis, a General Motors mantém a liderança, com 16,76% do mercado, enquanto a Volkswagen, com 12,45% do mercado, fica na segunda posição, trazendo a Hyundai em terceiro, com 11,36%, e a Fiat em 4º, com 10,64%.

Dessas quatro, a mudança mais radical, relativamente a 2015, foi a Fiat, que caiu da liderança, com 14,9% do mercado, para a quarta colocação - algo que pode ser explicado pelo fato de a marca italiana dispor de um line-up antigo e sem inovações. A aposta é no sub-compacto Mobi para reativar sua posição no segmento de carros.

A General Motors está na liderança, mas vem sendo questionada por manter essa posição às custas de uma política de descontos muito agressiva para o Onix - carro mais vendido do Brasil em 2015, e líder do ranking anual em 2016 -, e isso tem reflexos nos resultados: apesar de líder de mercado, a GM do Brasil está perdendo dinheiro. Em 2015 a marca norte-americana emplacou 111,9 mil carros, enquanto este ano o emplacamento foi de 75,8 mil.

A queda da Fiat foi ainda mais espetacular: dos 126,1 mil carros vendidos no primeiro trimestre de 2015, a italiana viu suas vendas desabarem para 70,1 mil unidades. Pior: a marca investiu bilhões para ampliar a capacidade de produção de sua fábrica de Betim (MG) de 750 mil carros / ano para 950 mil caros / ano, e agora está produzindo menos de 450 mil ano.

Fiat aposta suas fichas no Mobi

Dessa forma, a reação do mercado ao Mobi é de fundamental importância para a Fiat do Brasil, pois o seu resultado de mercado vai determinar se a Fiat voltará a liderança do mercado, ou será definitivamente ultrapassada pela Volkswagen.



Ocorre que, com a crise na economia, a própria Fiat não está apostando tudo nas fichas do Mobi, já que desistiu de descontinuar o Fiat Palio - modelo que, sozinho, vende cerca de 4.000 unidades por mês para frotistas.

Volkswagen se recupera com boas vendas do Novo Gol

A Volkswagen colhe os frutos da boa acolhida do mercado à reestilização do Gol. O antigo líder de vendas do Brasil emplacou 5.3 mil unidades em 18 dias de vendas em março e conquistou a segunda posição entre os carros 1.0 mais vendidos, ficando atrás apenas do Ford Ka. A VW estima que o Gol chegará a 7.000 unidades/mês, e, com isso, superando o Ford Ka, para figurar como mais vendido carro de entrada do País.



E a retomada do Gol continua em abril: está na quarta posição geral entre os mais vendidos, com 2.347 unidades emplacadas, indicado que a meta de 7.000 unidades pode ser atingida já em abril.

O resultado do Gol impulsionou a Volkswagen para a segunda posição no segmento de automóveis, distanciando-se da Fiat, que caiu para 4ª colocação.

Quando se olha o mercado total, com carros + comerciais leves, a Fiat ficou com a segunda posição em março, com 14,77& do mercado, mas a Volkswagen reduziu a diferença que era de 3,2% em 2015, para ercado de automóveis de passeio, sua diferença diminuiu para 1,69% agora, indicando que a montadora alemã ganha terreno sobre a Fiat.

Conclusão

O mercado automotivo brasileiro mostra um quadro, em 2016, que aponta liderança da GM, Volkswagen em crescimento, Fiat em queda e Ford desabando.