Volkswagen estuda entrar na Fórmula 1 com a Audi

A Grupo Volkswagen, segundo maior fabricante de carros do mundo, está fazendo estudos para analisar a viabilidade de entrar na Fórmula 1, sendo que tal trabalho está sendo conduzido pelo ex-chefe da equipe Ferrari - Stefano Domenicali, que foi contratado pela Audi da VW no início deste ano.

O interesse da Volkswagen na F-1 está aumentando em função do sucesso de marketing alcançado pela Mercedes-Benz, campeã de 2014 com Lewis Hamilton. Coincidência ou não, a Mercedes-Benz ultrapassou a Audi nos EUA em 2014 e está reduzindo a diferença de vendas para a subsidiária de carros de luxo da VW em âmbito global.

Há uma questão pessoal, porém, que impede a Volkswagen de entrar na F-1: a difícil relação entre Ferdinand Piech (Chefe do Conselho de Administração do Grupo VW) e Bernie Ecclestone (chefe supremo da F-1). Um deles teria que deixar a posição atual para a VW entrar na F-1. Ecclestone tem 84 anos.

A Volkswagen fez parte do grupo de F-1 que decidiu sobre as novas regras de motores turbo híbridos introduzidos na F1 nesta temporada, mas decidiu não entrar naquela época - e, publicamente, sua postura não mudou desde então.

Internamente, porém, membros graduados do Conselho de Administração da Volkswagen entendem que a Fórmula 1 seria uma ferramenta promocional global mais eficaz do que os seus atuais programas de automobilismo.

Segundo Eddi Jordan, ex-chefe de equipe da F-1 e atual analista da BBC, "O Grupo Volkswagen Audi é o segunda maior fabricante de automóveis do mundo e, como tal, precisa estar na Fórmula 1. Mas a VW não entrará enquanto o esporte permanecer sob o controle de Bernie Ecclestone, pessoa que o chefe do Grupo Ferdinand Piech não gosta em nível pessoal e profissional. Martin Winterkorn está sendo preparado como sucessor de Piech e ele sempre acreditou que a F1 é uma grande plataforma para as marcas do grupo. Em conversas privadas, ele já declarou que a VW deve fazer parte da F-1. Se a VW entrar na F-1, será com sua própria equipe, e com um carro projetado e fabricado na Alemanha."

A Volkswagen atualmente tem três principais programas de automobilismo - com Audi e Porsche no Campeonato Mundial de Endurance, Audi no Touring Car Championship alemão (DTM) e Volkswagen no Campeonato Mundial de Rally.

O valor global de publicidade obtido pelas aparições da Mercedes-Benz na televisão durante a temporada de F-1 de 2014 foi de US$ 2,8 bilhões de dólares. Isso é cerca de 60 (sessenta) vezes mais do que a Volkswagen obtém com os seus três programas juntos, que, segundo especialistas, retorna em torno de US $ 30 milhões de dólares/ano.

A Mercedes-Benz gastou, em termos líquidos, US$ 165 milhões de dólares na F-1 em 2014, caso se leve em conta os recursos de patrocínio externo e os valores pagos pela FIA. Enquanto isso a Volkswagen gastou US$ 390 milhões de dólares nos seus programa no DTM, WEB e Rally.

Ou seja, a Mercedes-Benz gastou US$ 165 milhões e obteve retorno publicitário de US$ 2.8 bilhões de dólares. A VW investiu US$ 390 milhões, e teve como retorno US$ 30 milhões. Enquanto a Mercedes-Benz lucrou mais de US$ 2.6 bilhões, a VW perdeu US$ 360 milhões com suas operações no automobilismo.

Alguns rumores apontam que a Volkswagen pode comprar a Red Bull Racing e a Toro Rosso. Piech tem uma relação de amizade muito próxima com o proprietário da Red Bull, o milionário austríaco Dietrich Mateschitz. Entretanto, fontes internas da VW apontam que a ideia de comprar a Red Bull já foi colocada de lado, e que se a empresa entrar na F-1, será com uma equipe própria sediada na Alemanha.

Fonte: BBC