O Novo Golf 2015 de fabricação mexicana que começa a chegar às concessionárias dos Estados Unidos da América este mês já está sendo analisado com respeito a seus atributos dinâmicos pelas imprensa automotiva norte-americana, o que permite as primeiras comparações em termos de desempenho e consumo com o modelo europeu (vendido no Brasil).
O Novo Golf 2015 vendido nos EUA, como sabemos, adota um conjunto propulsor diverso do aplicado ao Golf 7 alemão (que é o vendido no Brasil). O Golf 7 de fabricação mexicana perdeu o motor 1.4 TSI de 140 cavalos e 25.5 Kgfm de torque em favor de um motor 1.8 TSI de 170 cv e 27,1 Kgfm de torque.
Além disso, a transmissão também foi alterada. No caso dos modelos manuais, o Golf 7 norte-americano usa uma transmissão de cinco marchas (contra a de seis velocidades adotada no europeu). A transmissão automática, por sua vez, é a alteração mais radical, já que a Volkswagen of América optou por dotar seu Golf com uma caixa automática convencional de seis marchas, TipTronic e conversor de torque (a mesma usada no Golf 2.0 Sportline de nosso teste de longa duração).
Em resumo, a VW of América optou por um motor mais potente que o europeu, associado com uma transmissão automática convencional, não tão moderna como a DSG de 7 marchas usada no modelo vendido no Brasil. Transmissões automáticas convencionais implicam uma perda de desempenho quando comparadas com as manuais, enquanto a caixa DSG torna o carro até mais ágil.
Isso acontece pois as caixas de transmissão automáticas baseadas em conversor de torque impõem perdas de potência e torque em seu funcionamento, de modo que versões diferentes do mesmo carro, com o mesmo motor, mas um com câmbio manual e outro com câmbio automático convencional, apresentarão performance diferente, com vantagem para o modelo manual.
No caso dos carros com câmbio DSG a situação se inverte, pois essas caixas, mais modernas, são mais rápidas que as caixas manuais, e não apresentam perdas em seu funcionamento, de modo que modelos iguais com o mesmo motor, a versão DSG será mais rápida que a com câmbio manual.
Sendo assim, com o advento do Golf mexicano/norte-americano, que optou por usar um motor mais forte associado a uma transmissão menos eficiente, ficou a curiosidade de saber como seria o desempenho do Golf com esse conjunto 1.8 TSI + Câmbio AT6 Tiptronic.
Os números do primeiro teste da Revista Motor Trend (veja o teste aqui) com o Golf norte-americano satisfazem esse sentimento, trazendo os números de desempenho e performance do hatch médio de origem alemã, fabricação mexicana e comercialização americana. São os seguintes:
Desempenho
Aceleração de 0 a 96,6 Km/h: 7.8 segundos
Aceleração de 0 a 400 metros: 15,9 segundos @ 141 Km/h
Frenagem a 96,6 Km/h: 36 metros
Consumo de gasolina (medido pela Motor Trend)
Ciclo urbano (cidade): 9,77 Km/l
Ciclo rodoviário (estrada): 14,02 Km/l
Comparações diretas com números do Golf 1.4 TSI DSG 7 são imperfeitas, visto que esse carro não tem dados aferidos pela MT, entretanto, para efeito de comparação, vamos colocar os números obtidos pela Quatro Rodas com o modelo alemão vendido no Brasil.
Desmpenho
Aceleração de 0 a 96,6 Km/h: 8,6 segundos
Frenagem a 120 Km/h: 58,4 metros
Consumo de gasolina (medido pela Quatro Rodas)
Ciclo urbano (cidade): 12,2 Km/l
Ciclo rodoviário (estrada): 17 Km/l
Os números sugerem mostram, como era de se esperar em função do motor mais potente, uma superioridade em termos de desempenho da ordem de 10% do mexicano/americano frente ao alemão. Entretanto, o Golf 7 de Wolfsburg é em média 23% mais econômico que o americano.
O resultado expressa bem a maior eficiência do conjunto 1.4 TSI + DSG frente ao 1.8 TSI + AT6 TipTronic, já que o motor menor (1.4) associado com uma transmissão mais eficiente (DSG) tem uma pequena perda de performance, mas, em contra-partida, apresenta um consumo de combustível bem inferior.
Interior
Além do motor, o Golf 7 vendido nos EUA tem outras alterações em relação ao alemão, como, por exemplo, lanternas são em cor âmbar (obrigatório pela legislação americana); lanternas traseiras sempre convencionais (de LED no alemão); ausência de lavadores de faróis dianteiros; freio de mão é manual (o alemão usa acionamento eletro-hidráulico); o sistema multimídia é o de 5.8 polegadas, não estando disponível o sistema maior, com tela de 8", conhecido como Discover Pro.
Conclusão
O Golf 7 vendido nos EUA, de fabricação mexicana, adota um conjunto mecânico mais convencional, que, apesar de oferecer um desempenho marginalmente superior, cobra um preço elevado em termos de consumo.
VW Golf 1.8 TSI AT6 TipTronic: consumo e desempenho
Fabio Mendes
Pós-graduado em Engenharia de Computação (POLI-USP - Escola Politécnica da USP);
Graduado em Engenharia Civil (EE da Universidade Mackenzie - SP); Cursou Engenharia Metalúrgica na Escola Politécnica da USP (até o 4º ano);
Pós graduado em Administração Pública; Graduação em andamento em Ciência Política (UnB - Universidade de Brasília)
Golf 7, sempre é uma "nave" não importando a motorização.
ResponderExcluirAcho que o Golf ficaria ideal com um motor 1.6 turbo. Nessa litragem é possível estabelecer uma ótima relação desempenho X economia de combustível. Tanto é assim que a Mercedes possui uma boa gama de modelos com motor 1.6 turbo.
ResponderExcluirGolf siempre fue y sera lo mejor!!! espero llegue en Argentina muy pronto..!!
ResponderExcluirThe very best, Osvaldo. Sds
ExcluirPrimeira vez que temos um carro superior ao americano... isso é um marco!
ResponderExcluirA transmição AT6 não foi escolhida atoa, muito mais confiável que a barulhenta DSG.
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