O Grande Prêmio da Espanha terminou com a quarta dobradinha consecutiva da Mercedes F1, que só não foi a quinta em decorrência de um tubo de borracha que se soltou no carro de Lewis Hamilton na Austrália.


Olhando para esses resultados mais de perto, uma das razões pelas quais Lewis Hamilton tem batido Nico Rosberg em todas em todos os quatro ocasiões é revelado no gráfico de uso de combustível que aparece durante a corrida.


Hamilton parece usar menos combustível do que seu companheiro de equipe, então como ele consegue fazer isso sendo mais rápido é o que é realmente intriga. Seria fácil simplesmente dizer que ele é apenas mais rápido que Rosberg, mas há mais do que isso .


Hamilton parece ter aprendido uma forma de pilotar consistentemente gastando menos combustível, mesmo fazendo tempos de volta muito rápidos. Isso significa que ele é capaz de iniciar a corrida com menos combustível.


Olhando os gráficos de consumo, parece que Hamilton usa em média 3,5 kg a menos de combustível ao longo da corrida. Isso representa, em termos de tempo de volta, algo em torno de 0,1 segundo a menos. E, no GP inteiro, algo como 6,6 segundos de vantagem. Se ambos os pilotos e seus respectivos carros têm desempenho idêntico, sair com 3,5 Kg a menos dá a Hamilton quase sete segundos em uma corrida.


A Mercedes está acumulando pontos, mas sua vantagem está se ampliando pelo fato de que todo mundo está brigando para estar atrás dela. Na Austrália, foram os McLarens de Kevin Magnussen e Jenson Button no pódio; na Malásia, Sebastian Vettel; no Bahrein Sergio Perez e Fernando Alonso na China. Com Daniel Ricciardo em terceiro na Espanha, não há um rival claro perseguindo a Mercedes.


O desempenho global da Mercedes em 2014 é muito impressionante, sendo que até o GP da Espanha, a equipe alemã tinha logrado êxito em obter todas as poles e tendo marcado todas as voltas mais rápidas nas últimas quatro corridas, um predomínio ainda maior que o imposto pela RBR em 2013.


Entretanto, Barcelona é o primeiro GP de 2014 onde a Mercedes não marcou a volta mais rápida da corrida, e não foi por falta de meios, motivos e oportunidades, já que na parte final da prova Nico Rosberg tinha pneus novos, macios, pouco combustível e estava à caça de Hamilton para manter a liderança do campeonato.


Mas a honra coube a Vettel, que, no 55ª giro, registrou a volta mais rápida da corrida. Sim, seus pneus eram um pouco mais novos do que os de Rosberg, mas, em face da margem que a Mercedes tem, deveria ter sido suficiente para marcar a volta mais rápida.


Ricciardo na outra Red Bull começou terceiro e acabou em terceiro, chegando cerca de 49 segundos atrás de Hamilton e Rosberg, com os três fazendo duas paradas, o que representa uma média de 0,74s por volta a vantagem da Mercedes - número que não está longe do que se vê na classificação.


Por outro lado , Vettel veio da 15ª posição no grid, fez três paradas e acabou 76 segundos atrás dos dois líderes. Tire 22 segundos relativos a parada extra e temos um déficit de 54s , ou uma média de 0,82 segundos por volta mais lento que o vencedor.


Qualquer vantagem que Vettel tenha tido com o jogo extra de pneus acaba sendo anulada pelo tráfego, então por qual motivo a volta mais rápida da corrida ficou com o RBR número 1 que é quase 1 segundo mais lento por volta que o carro vencedor?

Isso pode indicar que Vettel finalmente pode ter entendido como pilotar o novo carro da RBR de forma rápida? Vettel é o piloto que mais soube explorar a vantagem do difusor traseiro de seus carro no ano passado, sobretudo para converter essa característica aerodinâmica em aderência extra na traseira.

Seu companheiro de equipe, Ricciardo, por outro lado, jamais tinha dirigido um carro com um difusor traseiro tão eficiente quando a RBR de 2013, de modo que não teve que adaptar seu estilo de pilotagem ao novo carro, como Vettle está sendo obrigado a fazer neste momento.

Avaliação visuais dos carros da RBR em entradas e saídas de curva sugerem que o carro da RBR é até mais equilibrado que os monopostos da Mercedes, mas a diferença de potência do motor perante do Renault da RBR acaba anulando essa vantagem.

De qualquer forma, essa teoria, de que o equilíbrio superior do RBR é ofuscado pela potência descomunal do motor Mercedes poderá ser comprovada no próximo GP, o de Mônaco, onde a influência do motor é bem menos pronunciada que nos circuitos que foram usados até agora. Então, em Monte Carlo poderemos ter uma visão mais clara da performance dos carros.

Com relação às demais equipes, com exceção da Williams, que é a única que parece ter evoluído, as demais continuam a piorar perante às flechas de prata. A Lotus e a McLaren viram suas distâncias para a Mercedes aumentar muito da China para Barcelona.

Quanto à Ferrari, que mostrou algum avanço na China, voltou à realidade na Espanha, de modo que Alonso e Raikkonen não dispõem de um carro em condições de lutar por vitórias.

Conclusão


A Fórmula 1 em 2014 viu o domínio da Mercedes F1 nas suas primeiras cinco corridas, que foram realizadas em circuitos onde um motor mais potente faz diferença. Mas Mônaco, daqui a duas semanas, é uma pista muito diferente. Rosberg venceu lá no ano passado, mesmo não dispondo do melhor carro, então fica a expectativa para saber se a Mercedes ai predominar novamente, ou a RBR e Vettel voltarão à sua plena forma.

2 Comentários

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  1. A Mercedes está tendo um começo bom igual teve a Brawn, a Red Bull mostrou evolução mas está longe ainda de chegar perto das flechas de prata, creio que este ano o título fique com a Mercedes mesmo, sem chances para as outras.

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  2. Muito desinteressante ver esse predomínio da Mercedes, pior ainda é ver o Felipe Massa nos representando, simplesmente lento em todos os sentidos. No grande prêmio da Espanha podemos assitir Vettel largar da 15º posição e conquistar um louvável 4º lugar, agora fazendo um retrospecto da Corrida do Felipe Massa, simplesmente entediante, ele Tem que sair da F1 e alguém de peso deve entrar para suprir essa lacuna, a grande questão seria quem.

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