Vivemos a era do SUV. Todo mundo quer SUV, todo mundo comprando SUV, procurando SUV...É só dar uma olhada nos lançamentos dos salões dos últimos anos a quantidade de SUVs e de conceitos-SUV para se comprovar a afirmação acima. A mesma febre que tomou os consumidores há anos atrás com os monovolumes.
Tudo começou em 1996 com o Renault Scénic na Europa com a clara proposta de oferecer mais espaço , versatilidade , enfim um carro para famílias ativas - era esse o slogan sedutor. A novidade eram os assentos rebatidos e removíveis que aumentavam ou diminuíam o espaço de carga ou dos passageiros. Um carro para ir à praia ou à montanha, levar a bike dos filhos até o parque e também para o uso urbano. E tudo em quatro metros e pouco com preço do segmento C.
O sucesso do Scénic fez com que muitos fabricantes embarcassem nessa onda e logo surgiram os rivais Xsara Picasso da Citroen, o Zafira da GM, o Touran, o C-Max, o Altea, o Prado, o SantaFe, o Tucson, o Tiguan, o Outlander e por aí vai. Os norte-americanos entraram de cabeça nessa onda e nos filmes de Holywood - o cinema como multiplicador do "way of life" americano - apareciam as famílias em seus enormes carrões.
Lembram de Lado a Lado? Nada menos que Julia Roberts pilotava um deles. Enfim: na indústria automotiva nada se cria e tudo se copia, diz o ditado. As necessidades e os gostos desta clientela - que aumenta a cada dia - são as mesmas: espaço, modularidade, versatilidade e posição de conduzir elevada. Então os fabricantes inventaram um carro com as mesmas características mas com apelo de um novo produto. E surgiram os SUVs: o mesmo monovolume com outra roupagem....Os monovolumes, vamos ser sinceros, não são especialmente atraentes.
Um carro mais alto que largo não poderia dar bom resultado estético e o maior espaço teve como resultado perda das formas mais clássicas, aquelas que mais agradam ao olho humano. Entretanto uma nova geração se acostumou ao fato de estar mais alto num carro convencional, entrar e sair de pé do veículo, ter a sensação de mais espaço interior e de um carro robusto por fora.
E virou modismo; a tal ponto, que o consumidor acaba comprando este tipo de carro por razões que estão longe de ser razoáveis. O modismo do monovolume contagiou a todos os segmentos adjacentes. Carros como o Peugeot 307 nasceram "deformados" para aproximar-se de um monovolume sem se-lo. O mesmo aconteceu com os utilitários do segmento A e do segmento B. As formas "monovolumeizadas" tomaram conta do mercado. E chegou a segunda geração dos "carros para famílias ativas".
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