O setor automotivo é o que mais vem sofrendo na Argentina com as "travas" às importações impostas pela presidente Cristina Kirchner desde Fevereiro, a fim de equilibrar a balança comercial impedindo a fuga de capitais. 



A produção argentina depende 60% de peças importadas do exterior- principalmente do Brasil - e 52% de sua produção vem para o Brasil. Com desaceleração do crescimento brasileiro, com a consequente queda na demanda por carros , aliada às travas de importação fez com que a produção argentina caísse 40% em Junho.



 Uma situação desoladora para aquele país, uma vez que as consequências são desemprego e instabilidade social. Desde 1990 quando se aprofundaram os vínculos entre Brasil e Argentina com o Mercosul que não ocorria uma crise tão grande para o setor - o Brasil produzindo carros populares e comerciais e a Argentina os modelos mais sofisticados mantinha a engrenagem funcionando equilibradamente. Segundo Maximiliano Scarlan - presidente da Abeceb - "a indústria argentina está acendendo velas" pela recuperação do crescimento brasileiro. Diz mais: "seria bom se a crise fizesse com que a Argentina variasse seus clientes, mas isso parece não estar acontecendo. Que o Brasil compre mais crros é a única coisa que interessa hoje à indústria automobilística". Por outro lado as concessionárias brasileiras já esgotaram seus estoques de carros argentinos, e não conseguem atender à demanda como é o caso do Chevrolet Agile e do Ford Focus.

4 Comentários

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  1. É... O fantasma que assolou a Argentina em 1999 está rondando novamente.

    Só que naquele ano, a causa foi a queda nas exportações de carne bovina, produto importante da balança comercial argentina.

    Não adianta. Para que a economia de um país cresça, é preciso que a corrente do consumo não seja quebrada.

    O rico depende do pobre porque é a força de trabalho e forma a maioria dos consumidores. O pobre depende do rico porque é ele quem paga o seu salário, o que o torna um consumidor...

    Quando um desses elos quebram, o país todo é quem paga o pato.

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    1. O governo argentino vem fazendo bobagem na administração da economia não é de hoje: excesso de intervencionismo, quebra de contratos, calotes em credores e etc. Isso tudo ficou mascarado pois as commodities agrícolas dispararam de preço na década passada e beneficiou as exportações argentinas. Mas agora o ciclo chegou ao fim e a conta da má administração está começando a ser cobrada. Como diz outro ditado, "é quando a maré baixa que vemos quem estava nadando nu.".

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  2. Parabéns aos dois. Isso é que eu chamo de uma aula de Sociologia Política!

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