Novos Gol, Voyage e Saveiro G6 utilizarão revestimentos feitos de fibras de garrafas PET recicladas

A Volkswagen lançará em breve a versão com facelift do carro que é líder de vendas no mercado brasileiro: o Gol. A novidade é que o Novo Gol G6 2013 reestilizado terá quase toda a tapeçaria feita a partir de garrafas recicladas PET.

A utilização de materiais recicláveis já vem sendo adotada pela Volkswagen do Brasil há alguns anos, sobretudo nos carpetes, mas com os novos Gol, Voyage e Saveiro G6, a montadora avança na sustentabilidade ao incluir revestimentos de bancos e portas feitos com material reciclado de garrafas plásticas de refrigerantes e água mineral.

Com isso, os carros da nova linha terão quase 90% da sua composição de tecidos provenientes de garrafas PET reclicadas. Apenas o tecido do teto não será feito desse material.

Segundo a Volkswagen do Brasil, foram necessários dois anos de pesquisas para chegar às características ideais do tecido que revestirá os bancos dos novos compactos da VW, e o objetivo final é chegar também ao teto.

A notícia é boa do ponto de vista do meio-ambiente, mas tem um componente não muito agradável para a industria brasileira: a VW teve que recorrer à importação desse tipo de matéria prima para a demanda de produção dos novos Gol, Voyage e Saveiro 2013.

Isso ocorre poios não há oferta suficiente de garrafas sendo coletadas no país, visto que grande parte das PET brasileiras vai para aterros sanitários e lixões, e também pelo fato de a indústria de reciclagem no Brasil não atende às exigências de certificação da Volks. Assim, o material virá inicialmente de empresas certificadas e auditadas dos Estados Unidos e da Espanha.

Segundo cálculos da Volks, cada cada revestimento para um Gol utilizará até 52 garrafas de 1,5 litro. Tudo isso poderia estar sendo feito no Brasil se a indústria de reciclagem brasileira tivesse o padrão mundial e capacidade de garantir o fornecimento. Segundo a Volkswagen, as características das garrafas precisam ser rigorosamente respeitadas – ou o tecido não resistirá. A fibra de plástico deve ter a mesma espessura e as cores das garrafas não podem ser misturadas.

Ao contrário dos carpetes, que são tecidos rústicos, o revestimento de um banco deve ser altamente resistente. Não pode desbotar, esgarçar, deve absorver o suor mais rápido e precisa comportar diferentes padrões de design, segundo um executivo da Volks brasileira.

E é aí que entra a importância da certificação. Como o Brasil não adota tais padrões, não é possível saber a procedência das garrafas, quem as coleta. Entretanto, é possível que a demanda da VW estimule o setor a investir em mais profissionalização.

A nova linha de carros da Volks utilizará a mistura de 60% de fibra reciclada e 40% de fibra virgem.

Fonte: Valor Econômico Projeções: GaragemdoJoão