O acordo de comércio bi-lateral Brasil México será rompido unilateralmente pelo Brasil. Isso já está decidido pela presidente Dilma Rousseff, conforme noticiado pelo jornal Valor Econômico de hoje.
Essa medida radical é a forma com a qual o governo brasileiro pretende "estimular" as autoridades mexicanas a negociar um outro acordo, com bases mais favoráveis ao Brasil.
A ANFAVEA chegou a fazer gestões junto ao Governo brasileiro no sentido de apenas fazer uma revisão dos termos do acordo, mas não teve sucesso, com a decisão da primeira mandatária de denúncia do acordo.
Essa medida do governo brasileiro também já é uma antecipação ao cenário de deterioração dos termos comerciais do Brasil ao longo dos próximos anos, além de atender a demanda de líderes sindicais com trânsito no Palácio do Planalto.
Entretanto, de acordo com os termos do acordo, para que haja um rompimento unilateral, a parte que denunciar terá que fazê-lo com 14 meses de antecedência. Isso significa que, a partir do anúncio oficial de rompimento, ele ainda valerá por um ano e dois meses.
Esse período poderá ser usado pelos governos brasileiro e mexicano para negociar um novo acordo, mas que contemple um índice de nacionalização maior que os 35% atualmente exigidos, tendo em vista que esse número é menor que o exigido dos carros oriundos do Mercosul.
Com o rompimento do acordo, carros como o VW Jetta (cujas imagens ilustram este post), Fiat 500, Fiat Freemont, Nissan March, entre outros, ficarão bem mais caros, o que em muitos casos inviabilizará sua comercialização no Brasil.
Atualização (05/02/2012): Brasil e México renegociarão tratado automotivo
Brasil e México começam, na próxima semana, a renegociar o tratado automotivo entre os dois países, que está em vigor desde 2002. A decisão foi selada entre a presidente Dilma Rousseff e seu colega mexicano, Felipe Calderón.
Calderón ligou para a presidente e durante a conversa Dilma explicou ao colega mexicano os problemas identificados pelo Brasil.
A ameaça de romper o tratado automotivo foi a forma encontrada pelo governo brasileiro para pressionar os mexicanos a retomar uma discussão mais ampla.
Não haverá ruptura
A disposição do governo brasileiro é de rever os termos do acordo, aumentando o conteúdo regional na produção dos veículos, tanto no México quanto no Brasil, e ampliar o escopo do acordo, de forma que não seja apenas para automóveis de passeio, que inclua caminhões, ônibus, utilitários.
Presidente Dilma decide cancelar acordo automotivo Brasil México
Fabio Mendes
Pós-graduado em Engenharia de Computação (POLI-USP - Escola Politécnica da USP);
Graduado em Engenharia Civil (EE da Universidade Mackenzie - SP); Cursou Engenharia Metalúrgica na Escola Politécnica da USP (até o 4º ano);
Pós graduado em Administração Pública; Graduação em andamento em Ciência Política (UnB - Universidade de Brasília)
Devemos torcer para que haja um novo acordo.
ResponderExcluirSenão, quem comprou algum desses carros feitos no México, tomou no nariz. Os preços ficarão fora da realidade e as montadoras deixarão de comercializá-los por aqui...
Isso acontecendo, já imagino que a desvalorização desses modelos vindos do México será absurda.
Quem sabe as montadoras se manquem e passem a fabricá-los aqui mesmo...
O cancelamento do acordo prejudica sim os brasileiros. Dá ódio de pensar nisso.
ResponderExcluirMas NEM TODOS os que já compraram esses importados "tomarão no nariz". Por exemplo: Daqui a 2 anos a Nissan já estará produzindo no Brasil. Então não acredito que será prejudicada a longo prazo, apenas de imediato, ou após os 14 meses estipulados pelo acordo.
Eu ainda quero muito comprar o Nissan March, já que perto dos populares nacionais, dá um banho nos quesitos preço (Em vista do que oferece), consumo e custo x benefício.
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