Mantendo a tradição de oferecer a melhor tecnologia para o segmento de compactos, a Volkswagen do Brasil lança o Polo I-Motion, equipado com a transmissão ASG, com acionamento eletroidráulico, que tem como base a tradicional transmissão MQ 200, fabricada em Córdoba, Argentina.
A nova caixa oferece conforto similar aos câmbios automáticos tradicionais (com conversor de torque), com vantagens adicionais no que diz respeito ao preço e reduzido custo de manutenção.
A escolha do Polo para o lançamento da transmissão ASG não foi casual. Desde seu lançamento, a linha Polo tem servido de plataforma pioneira para novas tecnologias oferecidas pela Volkswagen. Uma sequência iniciada com o Polo GT 2.0 Total Flex, em 2008, seguida pela apresentação, este ano, das versões BlueMotion e E-Flex, esta com a revolucionária partida a frio dispensando o tradicional sistema auxiliar que inclui o pequeno reservatório de gasolina.
“Foi importante na escolha do primeiro carro a usar a transmissão automatizada o perfil da maioria dos compradores do Polo. Além de, em sua maioria, serem fãs incondicionais do modelo, eles são receptivos a novas tecnologias e fazem parte de um grupo preocupado com inovação e exclusividade. Os compradores deste compacto premium valorizam também o status proporcionado pelo veículo e o prazer de dirigir”, diz Flávio Padovan, vice-presidente de Vendas e Marketing da Volkswagen do Brasil.
Esportividade, conforto e design são características fundamentais do Polo I-Motion que, associadas aos benefícios proporcionados pela transmissão automatizada, devem agradar em cheio a esse grupo de consumidores. O novo sistema oferece mais comodidade sem prejudicar, de nenhuma forma, o desempenho e a dirigibilidade esperados por todos os que já experimentaram o Polo em suas diversas versões.
A transmissão ASG traz as seguintes vantagens:
Conforto similar ao da transmissão automática, com conver- sor de torque, por preço bem menor;
O desempenho é o mesmo de uma transmissão mecânica convencional;
Autonomia total do motorista na escolha da marcha a ser utilizada, caso opte pelo modo manual;
Possibilidade de atuação em modo automático esportivo, visando maior agilidade e rapidez nas acelerações; e
Durabilidade, plano de manutenção de componentes de desgaste e disponibilidade de peças similares aos de uma transmissão manual.
Mercado
A opção do consumidor brasileiro pelas vantagens proporcionadas pelo câmbio automático tem crescido consideravelmente nos últimos anos. O número de veículos equipados com este tipo de transmissão passou de 2% das unidades fabricadas no ano 2000 para 7% em 2008. No mesmo período, para atender essa tendência, os fabricantes aumentaram a gama de modelos automáticos de apenas 6 para 27. A projeção para 2009 já aponta para 8% de participação.
O aumento da preferência pela transmissão automática se fundamenta, entre outros fatores, na redução do custo do equipamento proporcionada pelo desenvolvimento tecnológico e o aumento dos congestionamentos de trânsito nas grandes cidades, onde os motoristas passam horas num cansativo processo de anda-e-para, com solicitação contínua de trocas de marchas e utilização da embreagem.
Também contribuíram a facilidade de crédito para a aquisição de veículos, que permitiu diluir o acréscimo de preço do carro em grande número de prestações, e o aumento da oferta, principalmente em modelos mais acessíveis.
Um segmento de mercado importante, o de portadores de necessidades especiais, além de beneficiado pelos motivos descritos, também pesou no aumento das vendas de carros automáticos pela utilização da política de isenção de impostos para pessoas com limitações motoras.
Nos últimos anos, chegaram ao mercado veículos com uma nova opção de transmissão, a caixa de câmbio manual com acionamento automatizado. Este novo conceito foi desenvolvido para carros compactos e médios, pois não provoca perda de potência, nem aumento de consumo, como ocorre com os câmbios automáticos tradicionais. Além disso, o preço da transmissão automatizada é consideravelmente menor.
Por suas características, as transmissões automatizadas são voltadas para os consumidores que buscam pela primeira vez as mesmas vantagens que encontrariam em um câmbio automático, sem a obrigação de migrar para um segmento de mercado com preços consideravelmente mais altos.
Tecnologia
No Polo I-Motion, o ponto de partida da transmissão ASG (iniciais de Automated Sequential Gearbox) é a caixa de câmbio tradicional, com cinco marchas, que tem o comando manual substituído por um conjunto de atuadores eletroidráulicos, comandados por uma central eletrônica.
O sistema permite que o motorista faça trocas de marcha sequencialmente, sem necessidade de acionar a embreagem, através da alavanca localizada no console ou utilizando acionadores tipo borboleta (shift paddles) posicionados junto ao volante. A ASG também pode ser usada de modo totalmente automático, com a seleção das marchas definida por uma central eletrônica de acordo com a necessidade, a cada momento.
Uma primeira vantagem da caixa automatizada é contar com cinco marchas, diferentemente da maioria dos câmbios automáticos tradicionais disponíveis no Brasil, que dispõem apenas de quatro. Este é um dos fatores que contribuem para um melhor aproveitamento do motor, ajudando a economizar combustível, reduzindo emissões e dando agilidade ao carro.
O acionamento automático da embreagem, mesmo quando o motorista opta por selecionar as marchas pessoalmente, proporciona também uma redução nos custos de manutenção deste componente. Como a movimentação do disco é feita sempre em condições ideais, o desgaste resultante do uso diário é menor do que o ocorrido com a transmissão manual tradicional.
O Polo I-Motion vem equipado de série com sistema de partida assistida. Basta um simples toque na chave e a ECU de forma automática controla a partida do motor.
Desenvolvimento
Para a Volkswagen foi extremamente importante ter a certeza de que a nova transmissão ASG, além de proporcionar conforto e satisfação aos usuários, trouxesse também a mesma qualidade e confiabilidade tradicionais em seus produtos. Sob essa perspectiva, além dos testes em bancada, o Polo I-Motion foi submetido a um extenso programa de avaliação em ruas e estradas brasileiras, além de testes de rodagem na pista da Volkswagen na Alemanha.
Durante o desenvolvimento, foi utilizado um dinamômetro de câmbio, equipamento de última geração que possibilitou maior rapidez e precisão na avaliação do conjunto antes de sua aplicação no veículo.
O desenvolvimento do sistema levou à troca de alguns componentes internos do câmbio, para aumentar a suavidade nas trocas de marcha, um dos pontos críticos das caixas automatizadas anteriormente lançadas. Para diminuir o “salto” de rotações do motor entre as diversas marchas, foram reduzidas as relações da segunda, terceira e quarta velocidades. A quinta marcha permaneceu idêntica à original.
Segundo João Alvarez, gerente-executivo da Engenharia de Motor e Transmissão da Volkswagen do Brasil, esta foi uma das maiores preocupações no desenvolvimento da transmissão ASG. “Nos testes de rodagem, instalamos um sensor na cabeça do piloto para registrar e avaliar a desaceleração em cada troca de marcha”, relata o engenheiro.
Também houve alteração nos anéis sincronizadores, que receberam revestimento em molibdênio para menor pressão de trabalho e aumento da durabilidade. A embreagem tem novo elemento de atrito, com maior resistência ao “fading” (perda de eficiência causada pelo aumento da temperatura).
Esta troca não se deve às características do sistema, mas à possibilidade de alguns motoristas segurarem o carro em subidas usando o acelerador, aproveitando a flexibilidade de uso que o sistema permite. Caso ocorra aquecimento da embreagem, nessa ou em qualquer outra situação, o condutor será alertado por um alarme no painel de instrumentos.
O controle da ASG é feito por uma central de comando eletrônica, “TCU – Transmission Control Unit” responsável por avaliar as condições de uso do carro e transmitir comandos para os acionadores eletroidráulicos que movimentam a embreagem e fazem as trocas de marchas.
Esta unidade funciona em harmonia com a central de comando do motor “ECU – Electronic Control Unit” que, durante as alterações de marchas, reduz automaticamente a rotação do motor. Isto é possível porque o acelerador do Polo é do tipo “drive by wire”, cujo posicionamento é passado para a ECU eletronicamente. Assim que a mudança é feita, a rotação do motor volta a ser administrada pelo motorista.
O motor selecionado para a estreia da transmissão ASG foi o eficiente e confiável 1.6 litro, que equipa uma boa parte da linha da Volkswagen do Brasil, com elevado índice de satisfação dos consumidores. A complexidade do sistema de gerenciamento digital e a necessidade das duas unidades de comando trabalharem em conjunto, trocando informações, levou à troca da ECU do motor do Polo I-Motion por uma nova, fabricada pelo mesmo fornecedor do sistema da automatização do câmbio.
A transmissão ASG eliminou o sistema tradicional de comando do câmbio, feito por meio de cabos. Todas as ações, sejam elas automáticas ou determinadas pelo usuário, são transmitidas eletricamente. Uma das providências tomadas pela engenharia, para garantir a confiabilidade das conexões, foi revestir todos os elementos de contato com ouro, metal resistente à corrosão. Como preocupação adicional, os conectores tiveram o espaço interno preenchido por uma resina que evita a entrada de umidade ou poeira.
Funcionamento do sistema
O principal comando da transmissão ASG é a alavanca posicionada no console central do Polo I-Motion. Ela permite ao motorista realizar trocas de marcha, selecionar a marcha-à-ré e alternar entre os modos de comando manual e automático. Junto à alavanca há indicações para o posicionamento: N, para o ponto morto; D, para Drive; M, de Manual; R, de Ré; e os sinais + e -, indicando o sentido do aumento ou redução das marchas. Ao lado da alavanca, uma tecla com a identificação “S” permite alterar a programação do sistema para uma condução mais esportiva.
Além da alavanca, o Polo I-Motion dispõe, como equipamento opcional, de um volante equipado com “paddles”, acionadores posicionados em sua parte posterior, que permitem efetuar as trocas de marchas com um rápido movimento dos dedos, sem necessidade de tirar as mãos da direção. As alavancas são duas, a do lado direito fazendo mudanças para cima e a da esquerda é usada nas reduções.
Mesmo utilizando o câmbio no modo manual, o motorista não precisa se preocupar em reduzir as marchas quando parar o carro, como nos semáforos. Nessas situações, o sistema faz as reduções gradualmente e, quando o carro estiver imobilizado pelo pedal de freio, a embreagem assume a posição aberta e a primeira marcha é engatada, deixando o veículo pronto para a próxima saída.
Por medida de segurança, para dar a partida no carro é preciso estar com o pé no freio e a alavanca posicionada em N. Para colocar o carro em movimento, basta deslocar o comando para a posição central, entre os sinais + e -, engatando automaticamente a primeira marcha.
A partir daí, basta o motorista pisar no acelerador para arrancar e ganhar velocidade. Em modo automático, não há mais necessidade de usar a alavanca e o momento das trocas de marcha será definido pela central de comando de acordo com a velocidade e o posicionamento do acelerador, que indica a intenção do condutor de andar de forma mais ou menos veloz.
Para alternar entre o modo automático e o manual, o motorista precisa apenas deslocar a alavanca para a esquerda, tanto com o carro parado (desde que o motor esteja ligado) ou em movimento. As trocas manuais exigem apenas um pequeno deslocamento da alavanca para a frente (+) ou para trás (-), ou toques nos “paddles” do volante da direita ou da esquerda.
Da mesma forma que os câmbios automáticos tradicionais, a transmissão automatizada ASG conta com a função “kick down”, um recurso para aumentar rapidamente a aceleração com a redução das marchas. Em caso de necessidade, como ao realizar uma ultrapassagem, basta que o motorista pise fundo no pedal do acelerador para que o sistema reduza a marcha automaticamente, fazendo o motor girar mais alto, fornecendo dose maior de força.
A programação esportiva, acionada através da tecla “S”, colocada junto à alavanca no console, faz com que, em modo automático, as marchas sejam “esticadas” e as trocas aconteçam em regime maior de rotação do motor. Tanto no automático como no manual, as mudanças também acontecem com maior velocidade, agilizando as reações do Polo I-Motion.
Uma medida de segurança importante: o sistema não permite o acionamento da marcha-a-ré quando o carro estiver se deslocando para a frente. Isso evita possíveis problemas mecânicos caso alguém, inadvertidamente, bata na alavanca com o veículo em movimento. De forma semelhante, o sistema não aceita reduções de marcha que possam levar o motor a uma rotação demasiado alta.
Outra precaução é não permitir o fechamento da embreagem sem que o motor seja acionado, mesmo com uma marcha engatada, evitando a movimentação involuntária do carro, que pode provocar acidentes, e o desgaste causado pelo escorregamento da fricção com o carro parado. Na hora de desligar o motor, é recomendado que uma marcha permaneça engatada e seja acionado o freio de mão. Caso o motorista não siga esse procedimento, será alertado por um alarme sonoro.
Toda a movimentação do câmbio ASG é registrada no painel de instrumentos, onde aparece o posicionamento da alavanca (N, R ou D) e a marcha utilizada no momento. Caso o sistema esteja sendo usado no modo manual, a letra M é iluminada no console e, no painel, aparece apenas a indicação da marcha.
O Polo I-Motion pode ser conduzido com o controlador automático de velocidade opcional “cruise control” tanto no modo automático como no manual. Nas estradas, o controlador auxilia bastante na redução do consumo, além de evitar que, inadvertidamente, o motorista exceda a velocidade permitida. No modo automático, não há necessidade de se preocupar em reduzir as marchas nas subidas.
Desempenho
Enquanto transmissões automáticas tradicionais pesam cerca de 45 kg a mais do que um sistema manual, a aplicação da transmissão ASG no veículo tem um aumento de peso de somente 8 kg, o que não compromete o desempenho do Polo I-Motion, quando comparado ao Polo com transmissão manual. A versão Hatch acelera de 0 a 100 km/h em cerca de 11,3 segundos, atingindo a velocidade máxima de 189 km/h (abastecido com álcool).
Volkswagen lança Polo I-Motion 2009: fotos e especificações
Fabio Mendes
Pós-graduado em Engenharia de Computação (POLI-USP - Escola Politécnica da USP);
Graduado em Engenharia Civil (EE da Universidade Mackenzie - SP); Cursou Engenharia Metalúrgica na Escola Politécnica da USP (até o 4º ano);
Pós graduado em Administração Pública; Graduação em andamento em Ciência Política (UnB - Universidade de Brasília)
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