Novo Hyundai HB20 2016 1.0 Comfort Plus: avaliação crítica

O Hyundai HB20 2016, modelo reestilizado, é oferecido em duas opções de motor (1.0 e 1.6), transmissão manual ou automática, e quatro níveis de acabamento (Comfort, Comfort Plus, Comfort Style e Premium). Este artigo traz nossas impressões da versão 1.0 Comfort Plus.

O Hyundai HB20 1.0 Comfort Plus mostrado nas imagens tem preço sugerido de R$ 43.695 reais, visto que, ao preço original, de R$ 42.595 reais, soma-se o valor da pintura metálica, de R$ 1.100 reais.

Neste valor está inclusa uma gama de itens de série composta de ar-condicionado, alarme, banco do motorista com regulagem de altura, rodas de aço 15 polegadas montadas em pneus 185/60 R15, chave canivete com telecomando, computador de bordo, direção hidráulica, freios ABS com EBD.

Há também rádio com conexão Bluetooth®, streaming de áudio, MP3 player, conexões USB e auxiliar, volante multifuncional, retrovisores externos com ajuste elétrico, travas elétricas nas portas e porta-malas e vidros elétricos dianteiros e traseiros com função one touch (descida) para motorista.

Estética

O Hyundai HB20 2016 recebeu uma reestilização  apresentada no final de 2015, mas nesta versão Comfort Plus as novidades ficam com a nova grade hexagonal na dianteira, novas rodas de 15 polegadas e novos para-choques dianteiro e traseiro.

Em versões mais caras há novas lanternas traseiras - do tipo Clear Type, e faróis com projetores - no caso da versão Premium.

Apesar disso, o visual do HB20 1.0 Comfort Plus agrada bastante, sobretudo porque as novas rodas de 15 polegadas mostram-se mais adequadas - visualmente falando - ao volume e desenho esportivo da lateral.

Interior

O interior do HB20 Comfort Plus mostra um bom padrão de acabamento - tanto de materiais quanto na questão de montagem de peças. E chama a atenção o fato de o modelo contar com revestimento em tecido nas laterais de porta dianteira.

Na parte traseira há um bom espaço para dois ocupantes, mas como as janelas são elevadas e pequenas, fica uma sensação de claustrofobia.

O revestimento dos painéis de porta, porém, ao contrário do verificado na dianteira, é inteiramente de plástico.

No que respeita à iluminação ambiente noturna, esta adota a tonalidade azul - mas a intensidade é um pouco elevada demais. Se fosse possível reduzir o nível de iluminação ambiente seria melhor, pois permitiria adotar um dimmer mais suave e menos chamativo.

Em relação ao porta-malas, os 300 litros se mostram adequados à proposta do carro.

Aspectos positivos

• Boa estabilidade;
• Câmbio de engates precisos;
• Volante com comandos multifuncionais;
• Bom padrão de acabamento interno e externo: a carroceria exibe chapas alinhadas e os materiais de interior, apesar de plástico em sua maioria, mostram qualidade;
• Abertura interna do tanque de combustível;
• Suspensão mostrou estar adaptada à realidade das vias brasileiras, não tendo chegado ao fim de curso mesmo quando submetida a pisos acidentados.

Aspectos negativos

• Janelas elevadas não permite que se apoie o braço cotovelo na porta, mantendo as mãos na direção - posição confortável para dirigir por longos períodos. A área envidraçada elevada impede que seja usada, como nos demais carros, como um descansa braço;
• Área envidraçada menor que a média do segmento, causando problemas de visibilidade traseira;
• Ruído interno elevado, pois o barulho do motor invade a cabine sem dó, indicando excesso de economia de material fono-absorvente;
• Ouve-se os ruídos de pastilhas de freio nas frenagens, e também de rolagem dos pneus;
• Motor 1.0 de 80 cv mostra-se sub-dimensionado para os quase 1.000 Kg, deixando o HB20 1.0 lento nas acelerações e retomadas;
• Câmbio tem relações curtas para contra-balancear o baixo torque em baixa, o que acaba exigindo muitas trocas de marchas. O câmbio manual, porém, é preciso;
• Não há alerta de faróis acesos, item bastante útil. Quem mora em prédio normalmente liga os faróis para sair da garagem, mas, durante o dia, ao chegar ao destino, sem o alerta de faróis acesos, corre-se o risco de esquecê-los ligados, e, ao voltar, ter a desagradável surpresa de a bateria estar descarregada, consumida pelos faróis; Atualização: o HB20 desliga os faróis automaticamente ao retirar as chaves do contato, então não há necessidade de alerta de luzes acesas;
• Faz falta também o sensor de estacionamento traseiro - inexistente no HB20 1.0 nem como opcional;
• Direção com assistência hidráulica não é tão leve em manobras em baixas velocidades quanto uma direção com assistência elétrica;
• Ergonomia: o painel fica distante do volante, exigindo deslocamento das costas do motorista para acionar os comandos do console central;
• Sistema de áudio tem som de baixíssima qualidade. O sistema tem recursos interessantes, como Bluetooth (com streaming de áudio) e USB, mas a qualidade do som é deplorável, muito ruim, parecendo um rádio mono;
• Falta de regulagem de altura do volante;
• Apenas dois apoios de cabeça traseiros, quando o correto seriam três;

Consumo

Segundo dados do INMETRO, o Hyundai HB20 1.0 apresenta os seguintes indicadores:

• Consumo de etanol em cidade: 8,5 Km/l
• Consumo de etanol em estrada: 9,9 Km/l
• Consumo de gasolina em cidade: 12,5 Km/l
• Consumo de gasolina em estrada: 14,1 Km/l

Em nosso percurso padrão, em cidade, com etanol, o HB20 1.0 registrou média de 10,7 Km/l. Já com gasolina obtivemos 13,6 Km/l.

Desempenho

Segundo teste da Revista Quatro Rodas, o Hyundai HB20 1.0 acelera de 0 a 100 km/h em 16,1 segundos, e retoma de 80 a 120 Km/h em 9,6 segundos.

A tradução desses números para a realidade do dia a dia é que o HB20 1.0 é um carro lento, mesmo quando abastecido com etanol (com gasolina a situação fica ainda pior). Ele demora muito a ganhar velocidade nas acelerações, e custa a retomar, em processos de ultrapassagem.

Dessa forma, ele se mostra inadequado para ser usado em estrada, pois a demora em ganhar velocidade em ultrapassagens compromete a segurança dos passageiros, já que o carro fica muito tempo na pista contrária. Assim, quem pretende adquirir um HB20 e o usará muito em estrada, é melhor e altamente recomendável optar pela versão 1.6 - mais adequada a esse tipo de uso.

Já em uso urbano, especialmente em cidades congestionadas, é possível conviver com o motor algo insuficiente do HB20 1.0.

Comportamento dinâmico

O Hyundai HB20 adota um ajuste de suspensão que privilegia o conforto - mais macio. Mas esse set-up não compromete a estabilidade, já que o modelo, auxiliado pelos pneus 186/65 R15, mostra-se bastante neutro e previsível nas curvas, com limites de aderência bastante elevados.

Um aspecto interessante é que nesta linha 2016 a suspensão recebeu ajustes para torná-la mais adequada às vias brasileiras. O modelo anterior tinha um problema: a suspensão chegava ao final do curso com facilidade, provocando as conhecidas "batidas secas".

A Hyundai adotou na suspensão do HB20 2016 novas buchas hidráulicas e novos batentes, o que a tornou mais resistente e livre de batidas secas. De fato, em um teste "off-road" (vídeo abaixo) que fizemos, o HB20 1.0 se mostrou bem adequado, sem raspar o assoalho (boa altura livre do solo), e não chegou ao fim de curso da suspensão.



Conclusão

O Hyundai HB20 1.0 2016 é um carro mais maduro que o que foi lançado em 2013. Tem um estética mais sóbria, suspensão melhorada, e mantém suas qualidades de bom acabamento e padrão construtivo.

O principal problema do HB20 1.0 é exatamente o seu motor 1.0 aspirado, que se mostra inadequado para o peso do carro, tornando-o lento (mesmo quando abastecido com etanol) a ponto de não ser indicado para uso em estrada. E o sistema de áudio também chama a atenção - negativamente - pela baixíssima qualidade do som que sai dos alto-falantes.